BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - Um aluno de 16 anos do Instituto de Educação de Minas Gerais foi apreendido depois de acionar a Polícia Militar, por determinação da mãe dele, na tarde desta quarta (22) e dizer que foi o responsável pelo incêndio ocorrido na manhã do mesmo dia na escola. A instituição fica na região centro-sul de Belo Horizonte.

Quarenta pessoas foram encaminhadas ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, depois de inalarem fumaça. Dos atendidos, 39 eram adolescentes e uma era servidora da escola.

Nenhum apresentava estado grave, conforme a Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), que administra o pronto-socorro.

O estudante acionou o 190 da PM após contar para a mãe o que havia ocorrido. A mulher, depois de ouvir o relato, disse para o filho ligar para a corporação e repassar as mesmas informações.

Os policiais foram até a casa do garoto, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o apreenderam e levaram para a delegacia, juntamente com a mãe.

Segundo o boletim de ocorrência da PM, o aluno contou que estava fora de sua sala de aula e, juntamente com um colega, entrou em uma outra sala que estava sendo utilizada como depósito para fumar. Ao terminar jogou a ponta do cigarro sobre plásticos que cobriam carteiras e cadeiras.

Depois de retornar para a sua sala de aula, sentiu um odor de fumaça. Logo em seguida, conforme disse à polícia, alunos começaram a gritar "fogo". O estudante, assim como todos os outros, deixaram a escola por volta das 10h.

O aluno, então, seguiu para a empresa em que sua mãe trabalha, onde a encontrou. À tarde, já em casa, o garoto contou à mãe o que havia feito na escola. O contato com o 190 da PM foi às 17h15.

O Instituto de Educação é uma das mais antigas escolas de Belo Horizonte. Sua inauguração foi em 1906, nove anos depois da fundação da capital, ocorrida em 1897. O prédio é tombado.

A Policia Civil informou que o adolescente foi ouvido, apreendido por ato infracional análogo ao crime de incêndio e apresentado ao Ministério Público. A corporação afirmou ainda que aguarda a conclusão dos laudos periciais que vão apontar a causa e circunstâncias do incêndio.

A reportagem entrou em contato com Ministério Público e a justiça para saber se o aluno foi encaminhado para instituição socioeducativa.

A escola O Instituto de Educação atende alunos dos ensinos fundamental e médio. A escola tem cerca de 2.000 estudantes e 270 funcionários. O turno da manhã tem 1.350 alunos e 75 servidores.

Segundo informações dos bombeiros, o Instituto de Educação tem projeto aprovado de AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), que está em processo de regularização. O documento certifica que uma construção tem condições de segurança contra incêndio.

"O Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) está em processo de regularização. Dessa forma, a edificação possui projeto aprovado e os ajustes ainda estavam sendo feitos, o que não impede o funcionamento do local", afirma a corporação, em nota.

A Secretaria de Estado de Educação afirmou em nota que há projetos para reforma e restauração do instituto em fase de orçamento. "A previsão é de que o edital de licitação da obra seja publicado ainda neste semestre", disse a pasta, em nota.

A secretaria afirmou que este é também o prazo para a implantação do projeto do AVCB que, conforme a pasta, inclui a instalação de um sistema de alarme para incêndio.

"Informamos ainda que o IEMG possui equipamentos de segurança necessários, como hidrantes e extintor de incêndio, que foram usados no combate às chamas nesta ocorrência".


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