SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O anúncio do fim da greve no metrô de São Paulo nesta sexta (24) foi celebrado por passageiros nas estações. A comemoração, no entanto, veio com a dúvida de quando a operação voltará ao normal e críticas à mobilização.

A paralisação foi iniciada na quinta (23), e na manhã desta sexta os metroviários aceitaram a proposta apresentada pelo Metrô para o pagamento, em abril, de abono salarial no valor de R$ 2.000, além da instituição do PPR (Programa de Participação nos Resultados) de 2023, a ser pago em 2024.

Por volta das 11h, a operação seguia de forma parcial em alguns trechos das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha do metrô. A linha 15-prata, do monotrilho, segue fechada. O retorno dos funcionários aos postos de trabalho deve ser imediato, mas o Metrô ainda não tem previsão de quando a operação estará 100%.

Na estação Bresser-Mooca, no trecho da linha 3 reaberto por volta das 7h, o público enfrentava fila no sol para conseguir embarcar, por causa do acesso por apenas uma catraca.

O contador Alan Araújo, 33, conseguiu embarcar minutos antes do anúncio do acordo entre o sindicato e o metrô. Ele trabalha na Santa Cecília, na região central, e ficou surpreso ao saber pela reportagem que a greve havia acabado. "Mas é boa notícia", disse.

Katty Leide, 30, auxiliar de produção, trabalha em uma loja na Vila Mariana, na zona sul. Ela gostou do desfecho, mas disse que já estava atrasada. "Meu trajeto normal leva, no máximo, 45 minutos. São 9h50 e eu entro [no trabalho] às 9h30. Vou descer na Ana Rosa e ir a pé."

Já a telefonista Fabiana Lobato, 42, que havia saído de São Miguel Paulista, na zona leste, ainda não sabia do fim da greve quando desembarcou na Sé, no centro. Para ela, lutar por direitos é justo, mas sem prejudicar os outros. "Essa greve não afetou quem tem que afetar, só a população. Por isso sou a favor de privatizar", disse.

Fabiana contou que levou duas horas e meia para fazer um trajeto de pouco mais de uma hora na quinta (23), primeiro dia da greve.

Aguardando o trem na plataforma da linha 1-azul da Sé, o motorista Luiz Antônio Porto disse que apoia o movimento dos metroviários.

"Greve atrapalha todo mundo, mas os caras precisam reivindicar melhor salário e os benefícios. Sou trabalhador e não posso ser contra isso", afirmou. "Se o sistema só funciona assim, tem que pressionar."

Para a contadora Sandra Rossi, 49, as reivindicações deveriam ter sido feitas antes, e com redução na operação. "Mas não dessa forma que fizeram, paralisando e pedindo benefícios de três anos atrás. Afetaram milhões de pessoas ontem e continuam afetando", disse.

O Sindicato dos Metroviários afirma que o Metrô deixa de pagar há três anos o abono salarial devido.

A contadora voltava para Santo André (ABC), onde mora, após fazer um serviço em cartório na região central da capital. "Foi tenso para vir. Eu não entrei, fui arremessada para dentro do metrô na Luz."

Ela espera que a volta seja mais tranquila.


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