SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após o ataque de um adolescente de 13 anos, que matou a facadas uma professora de 71 anos na manhã desta segunda-feira (27), a escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, ficará fechada por uma semana.
A determinação foi do secretário estadual de Educação, Renato Feder. "A escola ficará fechada por uma semana. Se precisar estender, vamos acompanhar. Vamos antecipar o recesso de julho nessa escola", disse o secretário.
Em relação aos demais feridos pelo adolescente -dois alunos e outras três professoras-, Feder informa que não estão em risco de morrer. "A [que está] em pior estado é a professora Ana Célia, que foi mais atingida, mas passa bem e não corre risco de vida. Nenhum aluno corre risco também."
O ataque resultou na morte da professora de ciências Elizabeth Tenreiro. O agressor, que é aluno do 8º ano do ensino fundamental na escola, foi apreendido. De acordo com a polícia, ele anunciou o ataque em um post em rede social na manhã desta segunda, em que escreveu ter aguardado por esse momento a "vida inteira". Disse, ainda, que esperava matar ao menos uma pessoa.
As professoras feridas são Jane Gasperini, Rita de Cássia Reis e Ana Célia Rosa. As vítimas foram socorridas e levadas para hospitais da região.
O adolescente usava uma máscara de caveira do momento do ataque, conforme mostram imagens do circuito de segurança da escola. O vídeo, ao qual a reportagem teve acesso, mostra que o adolescente entra correndo em uma sala de aula e parte para cima de uma professora, que estava de costas, em pé.
A docente, que não percebe a aproximação do agressor, é atingida violentamente por diversos golpes nas costas e cai no chão.
Alunos entram em desespero e tentam sair da sala. Nesse momento, o agressor passa a tentar golpear os colegas e atinge alguns deles.
Um segundo vídeo mostra o adolescente atingindo outra professora. Ele desfere vários golpes na mulher, que está em pé e tenta se proteger com os braços.
A docente cai no chão, continua recebendo golpes e é arrastada pelo aluno. Duas mulheres entram na sala, e uma delas consegue imobilizar o adolescente, enquanto a outra retira a faca das mãos dele.
O secretário da Segurança paulista, Guilherme Derrite, diz que a professora realizou um ato heroico.
"Ela imobilizou o agressor, fez com que a arma branca fosse retirada dele. Se não fosse essa ação, a tragédia teria sido maior", disse Derrite, que lamentou o episódio. "Nosso foco é dar assistências às vítimas e famílias que passaram por isso. Uma linha de investigação vai ser realizada para entendermos quais os motivos que levaram esse aluno a fazer esse atentado", acrescentou.
Feder também falou sobre a professora que ajudou a conter o agressor. "Conseguimos uma heroína hoje, a professora Cíntia. Não tivemos nenhuma criança com ferimentos graves. Toda a escola está muito triste, difícil saber o que aconteceu e as motivações", disse.
Ainda segundo Feder, a escola era atendida por uma ronda escolar, que agiu rapidamente e apreendeu o aluno. O agressor foi transferido para a escola no dia 15 de março.
"Nesse período de permanência, a diretora não recebeu nenhum aviso e nem [teve] ciência de nada que chamasse atenção. A escola foi pega desprevenida. A polícia vem fazendo bom trabalho próxima a escola", disse Feder.
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