RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A ONG Voz das Comunidades distribuiu 20 mil chocolates para crianças dos complexos do Alemão, da Penha e da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, neste sábado (8), em ação intitulada "PAZcoa das Comunidades".

"Não é só a distribuição de um chocolate, a gente está distribuindo esperança de um futuro melhor para essa garotada diante de tantas adversidades que a gente vive dentro das favelas", afirma o fundador da ONG, Rene Silva.

A ação incluiu cerca de cem voluntários e foi iniciada sob as chuvas que caíram no Rio de Janeiro na manhã deste sábado. A iniciativa contou com a contribuição de doações arrecadadas pela internet e de celebridades.

A doação de 3.000 chocolates da empreendedora Bianca Andrade, conhecida como Boca Rosa, permitiu que a distribuição fosse estendida para o Complexo da Maré, onde ela foi criada.

"Eu trabalho para sustentar meus dois filhos, sou manicure, mas eu não tenho condições de ter acesso aos ovos de Páscoa. E o Voz está proporcionando isso, graças a Deus, esse ano", disse a moradora Luciene de Souza Rocha, mãe de dois filhos.

A ONG realiza diversas ações no complexo, que se tornou tema eleitoral após visita do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao local, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2022.

O ato foi usado pela campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro para atacar o adversário, associando-o falsamente de ligação com o tráfico por usar um boné com a sigla CPX, abreviação da palavra "complexo".

A visibilidade acabou se transformando em outra ação do Voz das Comunidades, que aproveitou a febre pelos bonés para promover a doação de três mil cestas básicas ao local.

Cerca de 1.800 cestas foram compradas com receita da venda dos bonés.Outras mil vieram da Ação da Cidadania, ONG de combate à fome, e o restante de doadores impulsionados por padrinhos e madrinhas que dão suporte financeiro e visibilidade à organização, como Fábio Porchat e Preta Gil.

Em novembro, outra ação coordenada pela ONG distribuiu cerca de 5.000 mil livros para moradores do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Chamada de Invasão de Livros, a iniciativa relembrou uma das maiores operações de ocupação de favelas na capital, em 2010.

Na ocasião, Silva disse que a ação foi uma forma de protesto pelo não cumprimento de promessas feitas nesses 12 anos após a ocupação. "O governo só entrou com a polícia", afirma, em nota.


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