Para marcar o Dia Nacional da Mata Atlântica, celebrado neste sábado (27), e alertar a população sobre a importância do bioma, a Fundação SOS Mata Atlântica promoveu mais uma edição do Dia da Mata, com uma série de atividades gratuitas em diversos parques da capital paulista, como o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo, o Parque Linear São José, o Parque Augusta, o Parque Trianon, o Parque Villa-Lobos, o Parque Anhanguera e a Terra Indígena do Jaraguá.
Entre as atividades estavam trilhas, plantios de mudas, oficina de sementes nativas, análise da qualidade das águas e contação de histórias. A ideia era promover uma imersão nesse bioma, que abriga mais de 70% da população brasileira e que precisa de um movimento universal de retomada para sua proteção, recuperação e garantia de futuro.
“Hoje é o Dia Nacional da Mata Atlântica, um bioma que atinge 17 estados brasileiros e mais de 3,4 mil municípios. Muita gente que vive nesses lugares pouco conhece ou pouco sabe, mas a Mata Atlântica é a nossa casa e toda a nossa luta é em defesa desse bioma”, disse Marcia Hirota, presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, em entrevista à Agência Brasil.
A Mata Atlântica sofre um processo acelerado de desmatamento. Atualmente, resta apenas cerca de 20% da cobertura vegetal original de um bioma composto por inúmeras espécies de plantas e animais. “A Mata Atlântica é um bioma extremamente rico em termos de biodiversidade, em espécies de plantas e de animais, mas também presta serviços ambientais à sociedade. Por exemplo, ela protege as nascentes e todo o fluxo hídrico e então ela garante a água não só para o nosso consumo, como também para o nosso desenvolvimento. Ela também regula o clima, protege o solo, é fonte de alimentos e tem princípios ativos que são utilizados nas indústrias de cosméticos e de remédios”, explicou Márcia Hirota.
Ela acrescentou que esse “patrimônio” nacional precisa ser preservado com urgência para as futuras gerações. “Precisamos agir, precisamos protestar, precisamos contribuir de alguma forma porque precisamos garanti-lo para o futuro. Temos que cuidar para que ele se perpetue”.
“Caça às árvores”
No Parque Trianon, localizado em plena Avenida Paulista e é um resquício remanescente da Mata Atlântica original, frequentadores participaram de uma caça ao tesouro, ou melhor, de uma "caça às árvores". Por meio do aplicativo Natu Contos, desenvolvido pela fundação e disponível gratuitamente para celulares, o público foi seguindo um caminho indicado pelo celular e conhecendo diversas árvores do Parque Trianon, entre elas, o pau-ferro, a embaúba e o jequitibá. Ao chegar a essas árvores, o aplicativo apresenta contos de autores da literatura infantojuvenil e que são narrados por artistas da música brasileira, como Lenine, Ney Matogrosso e Martn’alia.
Um dos participantes foi o autônomo e estudante técnico em meio ambiente Washington Alan, 45 anos. “Fazia tempo que eu não vinha aqui no parque e é muito interessante fazer essa visita guiada. Você tem acesso a informações que sozinho você não teria”, contou. Para ele, defender e proteger a Mata Atlântica é uma questão de sobrevivência. “Sem esse ecossistema saudável, não temos qualidade de vida. Essa proteção do meio ambiente é para o próprio bem-estar do ser humano”, acrescentou.