SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Albergues criados pela prefeitura de São Paulo para acolher pessoas em situação de vulnerabilidade na região central da cidade tem apresentado uma série de problemas, seguindo relatos de frequentadores.

Entre as principais reclamações estão a falta de água em torneiras e chuveiros e banhos gelados -isso apesar da frente fria que atinge a capital esta semana. Há casos ainda de locais que oferecem como refeição apenas feijão.

Procurada, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social disse que as equipes técnicas têm feito vistorias nos equipamentos da rede para identificar os pontos que precisam ser melhorados nos equipamentos.

Na segunda-feira (12), a gestão Ricardo Nunes (MDB) publicou uma portaria que estabelece uma série de medidas que deve ser feitas para tentar ajudar a população de rua durante o inverno. A lista inclui a distribuição de café da manhã com frutas, o acolhimento de todos que necessitarem de vagas (mesmo sem encaminhamento oficial) o e reforço nas equipes de limpeza.

A Folha de S.Paulo percorreu cinco albergues que ficam no chamado centro expandido da capital esta semana. Em todos houve relatos de problemas. Todos os frequentadores que conversaram com a reportagem pediram para não terem seus nomes divulgados por temerem ser expulsos dos albergues ou sofrerem outras represálias.

No centro de acolhimento Cidade Refúgio 3, no Belenzinho, um frequentador afirmou ter recebido uma marmita apenas com feijão no recipiente. Também disse que não havia água no chuveiro para tomar banho.

O problema, segundo ele, é frequente no albergue, que foi inaugurado este ano. para resolver a situação, o homem teve que tomar banho em uma sinagoga próxima.

Um homem de 51 anos, que frequenta o Cidade Refúgio 1, na Mooca, se queixou dos banhos gelados como o principal problema daquele equipamento. O mesmo problema foi relatado por dois homens que frequentam o abrigo Maria Maluf, na Mooca.

A dupla também reclamou da demora na troca de roupas de cama e toalhas que, segundo eles, passam de usuário para usuário. A mesma situação foi relatada por uma pessoa que frequenta o Morada do Sol, no Brás.

Fora do centro expandido, frequentadores de um albergue no Jaçanã e de outro em Santana, ambos na zona norte, elogiaram os locais.

Sobre a questão de chuveiros queimados, a gestão Nunes (MDB) disse que equipamentos utilizados dentro dos serviços recebem manutenção constante e permanente e que reparos e troca são realizados pela organização que gere o albergue sempre que necessário.

A gestão municipal culpou a Sabesp pela falta de água no Cidade Refúgio 3. De acordo com a nota, que toma como base relatos da organização social responsável pelo local, houve redução no bombeamento de água na semana passada.

Procurada, a Sabesp disse ter encaminhado uma equipe técnica para o endereço nesta quarta-feira (14) e constatou que o abastecimento era normal no momento da visita. Segundo a estatal, a gerente do centro de acolhimento presente na ocasião informou à equipe que não houve falta d'água no endereço nem reclamações de desabastecimento.

Já sobre as trocas de roupas de cama e toalhas de banho, a prefeitura declarou que no centro Morada do Sol, o procedimento de troca de roupa de cama e toalha acontece todas as quintas-feiras, e, por ser um serviço de vaga fixa, cada acolhido disponibiliza os lençóis e toalhas para lavagem.

Em relação ao abrigo Maria Maluf, a gestão disse que os frequentadores recebem diariamente toalhas e cobertores ao chegarem no serviço.

A prefeitura não se pronunciou sobre o jantar apenas com feijão. Em nota, declarou que alimentação servida no local, bem como, em todos os equipamentos da rede é foco de vistorias técnicas.


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