RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Justiça do Rio de Janeiro condenou, nesta quarta-feira (21), Fabiano Atanásio da Silva por ter derrubado um helicóptero da Polícia Militar durante a invasão ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte da cidade. O caso aconteceu em outubro de 2009. Três policiais morreram na ação.

Fabiano, conhecido como FB, foi condenado a 225 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e associação ao tráfico. A defesa do réu afirmou que já entrou com recurso contra a decisão e chamou a pena de "absurda".

O 3º Tribunal do Júri, que deu a condenação, entendeu que o réu foi responsável pela morte dos três policiais, além de ter tentando matar outros seis -três que estavam na aeronave, e três que estavam em terra.

Fabiano acompanhou o julgamento por videoconferência, pois está preso no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele foi detido em 2012, mesmo ano em que foi condenado por roubo e formação de quadrilha.

Fabiano foi o último dos acusados da queda do helicóptero a passar por um julgamento. Outros três reús já haviam sido condenados. Um quinto acusado, Michel Carmo de Carvalho, morreu ainda antes do início das investigações do caso.

Na condenação de Fabiano, o júri considerou que o réu era o líder da facção criminosa que planejou a invasão do Morro dos Macacos, em outubro de 2009. Segundo a investigação, que embasou a decisão da Justiça, o homem era chefe do Comando Vermelho e planejava expandir o domínio para aquela comunidade, controlada na época por outra facção.

A invasão, porém, foi frustrada com a ação da PM, que entrou em conflito com o grupo de Fabiano. No confronto, os criminosos conseguiram derrubar o helicóptero da corporação, matando os agentes.

As vítimas fatais foram reconhecidas como Izo Gomes Patricio, Marcos Standler Macedo e Edney Canazaro. Na condenação, a juíza Tula Corrêa de Mello, que presidiu o juri, ressaltou o sofrimento que os três passaram antes de morrer. Além de terem sido alvejados por tiros, os três foram queimados com as chamas da aeronave.

"Como registrado nos autos e em depoimentos na presente data, a vítima, que era negra, ficou branca, teve a pele toda consumida pelo fogo, além de cartilagens", disse Tula na decisão, fazendo referência ao policial Ivo.

No julgamento, que começou na manhã de terça-feira e só terminou nesta quarta, um vídeo inédito da queda do helicóptero foi apresentado ao júri. Nas imagens, Ivo aparece tentando sair da aeronave enquanto seu corpo pega fogo.

"A cena da vítima, saindo como uma bola de fogo, consumida pelas chamas, e ainda assim lutando pela vida, com a ajuda de seus pares, é de impacto sem precedentes e tal fato merece consideração", ressaltou a juíza.


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