RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Promotoria do Rio de Janeiro interditou nesta segunda-feira (10) uma clínica de idosos e de reabilitação, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e retirou 96 pessoas do local. O proprietário, Edmilson Messias Ribeiro Júnior, foi preso em flagrante por suspeita de maus-tratos e de manter os acolhidos em cárcere privado. A retirada dos internados foi determinada pela 5ª Vara Cível de Nova Iguaçu.

A defesa de Edmilson Messias Ribeiro Júnior negou que o dono mantivesse os acolhidos em cárcere privado. "Uma das supostas vítimas está na delegacia com o mesmo celular que usava na clínica, ou seja, não havia cárcere privado", afirmou o advogado Leonardo Mazzutti.

O Ministério Público disse que na ida ao local, nesta segunda, foi "verificada a situação de flagrância de maus-tratos e cárcere privado", sem detalhar o quadro observado. A investigação aponta que não havia divisão dos acolhidos nas dependências da clínica.

"Não havia proibição ou interdição do local. Os pacientes eram divididos por sexo, faixa etária e enfermidade. Quando a defesa tiver acesso total a investigação, será possível tecer mais comentários", disse o representante da defesa.

Os acolhidos, entre eles idosos e pessoas em tratamento de dependência química, foram levados à 52ª DP (Nova Iguaçu) para prestar depoimento. Depois, foram encaminhados para um espaço indicado pela Secretaria Municipal de Nova Iguaçu. Nos próximos dias, eles devem ser redirecionados para outras clínicas.

Em 2018, a Justiça já havia determinado o encerramento das atividades da clínica, atendendo a um pedido feito em 2014 pelo Ministério Público. Mas, de acordo com a Promotoria, a clínica tem mudado de nome para "escamotear o seu funcionamento irregular".

A clínica inicialmente era representada pela Igreja Evangélica Cristo a Meta. Depois, passou a atender com o nome de Clínica de Reabilitação Caetana Greco. Recentemente, passou a se chamar Centro de Tratamento Ribeiro.

Em maio de 2022, um incêndio na clínica Caetana Greco deixou dois mortos e seis feridos. A Prefeitura de Nova Iguaçu pediu, à época, que o dono da clínica transferisse os pacientes atendidos para outra unidade conveniada.


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