PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Rio Grande do Sul e Santa Catarina já enfrentam chuva e vento forte antes mesmo da formação de um ciclone extratropical, previsto para atingir o leste dos estados do Sul do país com mais intensidade entre a noite desta quarta-feira (12) e madrugada de quinta-feira (13), com previsão de rajadas de vento de 100 km/h.

A Marinha emitiu alerta de ressaca, com previsão de ondas de 4,5 m de altura. Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro também devem sentir a passagem do ciclone nos próximos dias, com rajadas fortes de vento, por volta de sexta-feira (14).

Na madrugada desta quarta-feira, por volta das 5h, houve chuva de granizo em municípios gaúchos como Sobradinho e Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, Encantado, no Vale do Taquari, e Dilermando de Aguiar, na região central. Porto Alegre teve chuva forte e rajadas, e pode registrar mais de 100 mm de chuva ao longo do dia.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), solicitou à FGF (Federação Gaúcha de Futebol) o adiamento do jogo entre Grêmio e Bahia pelas quartas de final da Copa do Brasil, marcado para as 19h na Arena do Grêmio. A FGF monitora a situação, mas por ora o jogo está mantido.

Segundo Melo, a medida é uma precaução "considerando que envolve deslocamento de milhares de pessoas e mobilização de serviços". Municípios banhados pelos rios Caí e dos Sinos, na Região Metropolitana de Porto Alegre, sujeitos a cheias, estão mobilizados para resgatar desabrigados.

O trecho da BR-116 em Nova Petrópolis (km 181), na serra gaúcha, funcionará nesta quarta-feira somente para veículos leves em sistema de "siga e pare" entre as 7h e 17h30 para monitorar as condições da pista. Nos demais horários o trânsito estará bloqueado na rodovia, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.

Em Santa Catarina, a Defesa Civil do estado confirmou a ocorrência de uma microexplosão em Herval d'Oeste, município do oeste catarinense, destruindo um galpão e arrancando árvores do solo.

O fenômeno climático acontece quando uma nuvem de tempestade não consegue suportar o volume de água em seu interior e cai toda de uma vez, causando uma forte corrente de vento para baixo. Em janeiro, o estado passou por um fenômeno parecido em Xanxerê, na mesma região. Em Modelo, também no oeste, houve um deslizamento em uma rodovia de acesso ao município, sem vítimas.

Na terça-feira, o Inmet (Instituo Nacional de Meteorologia) emitiu novo alerta sobre a passagem do ciclone. Conforme a meteorologista e coordenadora-geral Márcia Seabra, o horário mais crítico será entre a tarde e a noite desta quarta-feira.

Por ora, o alerta do Inmet para Rio Grande do Sul e Santa Catarina é laranja, o que significa "perigo de tempestade", mas a graduação deve subir nas próximas horas.

Ao longo da quinta-feira e sexta-feira, o ciclone se desloca para leste em direção ao oceano Atlântico, e poderá ser sentido nos litorais dos estados do sudeste, sobretudo com ventos fortes.

O ciclone previsto para esta semana é o terceiro em menos de um mês a atingir o Rio Grande do Sul. Entre os dias 15 e 16 de junho, o ciclone que trouxe volumes imensos de chuva matou 16 pessoas em oito municípios. Entre os dias 7 e 8, houve nova formação sobre o oceano e alerta vermelho, mas o Estado sentiu poucos efeitos. Desta vez, a previsão é que ocorra menos volume de chuva, mas mais ventos.


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