As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 3,812 bilhões em junho, divulgou nesta quinta-feira (20) o Tesouro Nacional. Esse é o maior volume para o mês desde o lançamento do Programa Tesouro Direto, em 2002.
O volume representa alta de 3,93% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado (R$ 3,668 bilhões). No entanto, representa queda de 11,65% em relação a maio (R$ 4,314 bilhões). O recorde mensal histórico do Tesouro Direto ocorreu em março, quando as vendas somaram R$ 6,842 bilhões.
Os títulos mais procurados pelos investidores em junho foram os corrigidos pela Selic (juros básicos da economia), cuja participação nas vendas atingiu 62,1%. Os títulos vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) corresponderam a 21,8% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 12,7%. Destinados ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro RendA+, lançado no início do ano, respondeu por 3,4% das vendas.
Juros atraem
O interesse por papéis vinculados aos juros básicos é justificado pelo alto nível da Taxa Selic. Em junho de 2021, o Banco Central (BC) começou a elevar a Selic. A taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, saltou para 13,75% ao ano e está nesse nível desde agosto de 2022. Mesmo com a expectativa de queda dos juros básicos no segundo semestre, os investidores continuam a comprar esses títulos.
O estoque total do Tesouro Direto aproxima-se de R$ 120 bilhões. No fim de junho, o volume de títulos associados ao programa somava R$ 118,162 bilhões, aumento de 1,74% em relação ao mês anterior (R$ 116,136 bilhões) e de 25,61% em relação a junho do ano passado (R$ 94,073 bilhões). Essa alta ocorreu porque as vendas superaram os resgates em R$ 1,176 bilhão no mês passado.
Investidores
Em relação ao número de investidores, 333,8 mil novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 24.667.650. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula alta de 26,55%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.246.777, aumento de 11,81% em 12 meses.
A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 82,8% do total de 605.134 operações de vendas ocorridas em junho. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 60,5%. O valor médio por operação atingiu R$ 6.299,28.
Os investidores estão preferindo papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 35,7% e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, 46,8% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 17,4% das vendas.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.
Captação de recursos
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros.
O aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que tem a custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.
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Economia | Taxa Selic | Tesouro Direto | vendas do Tesouro Direto
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