SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), retirou R$ 329,9 milhões do orçamento que estava previsto para a construção de terminais de ônibus neste ano. Esse dinheiro será destinado à Operação Tapa Buraco, vitrine da gestão municipal, que faz recapeamento do asfalto de ruas e avenidas.
A mudança foi publicada no Diário Oficial do município desta sexta-feira (21). Ao todo, o Tapa Buraco receberá quase R$ 430 milhões a mais. Outros R$ 98 milhões serão retirados do orçamento de reformas na infraestrutura urbana do centro, prevista no PIU Central (Projeto de Intervenção Urbana Setor Central).
Em abril, a gestão Nunes já havia revisto o seu Programa de Metas e desistido de entregar quatro terminais de ônibus na capital. Todos seriam construídos na zona leste, nos bairros de São Mateus, Itaquera, Itaim Paulista e Jardim Miriam -este último em um dos pontos mais extremos da capital. O terminal Itaim, por exemplo, já era planejado há mais de quatro anos.
O prefeito também desistiu de inaugurar dois corredores BRT e, também, de construir 11 piscinões em locais afetados pelas enchentes, entre outras mudanças. Em seguida, o Tribunal de Contas do Município emitiu um alerta para que a prefeitura justificasse as alterações.
Quando foi anunciado, em junho do ano passado, o programa de recapeamento da gestão Nunes já previa investir R$ 1 bilhão para recuperar 20 milhões de metros quadrados de asfalto.
O foco da gestão na ampliação das fontes de recurso para o recapeamento da cidade tem atraído críticas à prefeitura. Há cerca de quatro meses, a gestão Nunes entregou à Câmara Municipal um projeto de lei que propunha usar dinheiro do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano) para reforma de ruas e avenidas.
Esse fundo é destinado a investimento em habitação de interesse social, regularização fundiária, obras de mobilidade urbana, preservação ambiental e prevenção de enchentes. A oposição ao prefeito no Legislativo critica o uso do dinheiro em recapeamento por causa do benefício ao transporte individual em vez do coletivo. O projeto acabou suspenso pela Justiça, mas retornou em um trecho da revisão do Plano Diretor, e foi aprovado.
Além do acréscimo de orçamento na Operação Tapa Buracos, a prefeitura também aumentou em R$ 1 milhão o gasto na promoção de campanhas e eventos. O gasto está vinculado ao gabinete do prefeito, mas é uma verba separada da publicidade oficial.
Questionada, a Prefeitura de São Paulo não respondeu.
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