SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Uma ação da Polícia Militar realizada na manhã deste domingo (30) em Itatim (213 km de Salvador) deixou um saldo de oito pessoas mortas.
A cidade tem cerca de 15 mil habitantes e havia registrado em 2022 apenas um caso de homicídio, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Entre e janeiro e abril deste ano, foram registradas duas mortes violentas.
Em nota, a Polícia Militar informou que equipes da PM foram ao Morro do Tigre, na zona rural de Itatim, após receber informações de que havia homens armados e grande quantidade de drogas no local.
Ao chegar, os policiais teriam sido recebidos com tiros. "Na tentativa de cessar a injusta agressão, houve o revide", informou em nota a PM.
A Polícia Militar informou que oito pessoas foram encontradas após o confronto já sem os sinais vitais. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia, por sua vez, disse em nota que os oito homens foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos.
O grupo estava envolvido com homicídios, tráfico de drogas e roubos na região e que se escondia na zona rural, informou a Secretaria de Segurança Pública. Cinco dos oito mortos possuíam medidas judiciais de restrição de liberdade.
Foram apreendidas com eles nove armas, incluindo uma submetralhadora. Também foram encontrados 284 gramas de cocaína, 133 papelotes de cocaína e 50 gramas de maconha. O caso será investigado pela Corregedoria da Polícia Militar.
As mortes aconteceram no mesmo fim de semana em que outras oito pessoas foram mortas durante a megaoperação das forças de Segurança na Baixada Santista, em São Paulo. A ação foi uma resposta à morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, força de elite da PM paulista), na mesma cidade, na última quinta (27).
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgados em julho apontaram que a Bahia foi o estado que mais registrou mortes decorrentes de intervenção policial em números absolutos no ano passado. Ao todo foram 1.464 ocorrências.
Os números de 2022 fizeram a Bahia superar o Rio de Janeiro e passar a ocupar o posto de polícia que mais mata no país. Desde 2015, o número de mortes registradas como autos de resistência quadruplicou no estado.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia destacou que o total de mortes violentas no estado (homicídios, latrocínios e lesões dolosas seguidas de morte) caiu 5,9% em 2022, com 5.167 registros, ante os 5.594 casos do ano anterior.
A secretaria afirmou que "não coloca homicídio, latrocínio ou lesão dolosa seguida de morte praticado contra um inocente na mesma contagem dos homicidas, traficantes, estupradores e assaltantes, entre outros criminosos, mortos em confrontos durante ações policiais".
"Com relação às mortes em confrontos, a SSP salienta que tem investido em capacitação e inteligência policial, buscando sempre atuar na proteção da sociedade. Reforça que aqueles criminosos que atacam as forças de segurança receberão resposta proporcional e dentro da legalidade", diz a pasta.
Na semana passada, uma criança de dez anos foi morta com uma bala perdida em meio a uma ação policial em Lauro de Freitas, cidade da Região Metropolitana de Salvador.
Gabriel Silva da Conceição Júnior brincava na porta de casa em Portão, bairro da periferia de Lauro de Freitas, quando foi atingido no pescoço por um disparo. Ele chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado, em Salvador, mas não resistiu aos ferimentos.
A morte de Gabriel gerou comoção na comunidade e desencadeou uma série de protestos. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu apuração rigorosa do caso.
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