SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de anunciar e defender o uso de material digital, o secretário de Educação da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), Renato Feder, recuou sobre o uso da tecnologia em sala de aula e diz que vai imprimir livros didáticos para que os alunos possam "escrever, anotar e rabiscar".
A Folha de S.Paulo mostrou que o secretário decidiu abrir mão de receber livros didáticos, enviados pelo MEC (Ministério da Educação), para os alunos dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º). A gestão optou por usar apenas um material didático, produzido pela própria equipe da Secretaria de Educação, que seria disponibilizado apenas de forma digital às escolas.
Após forte reação dos professores da rede, de especialistas e da abertura de inquérito civil do Ministério Público, o governador Tarcísio de Freitas anunciou no último sábado (5) que manterá a entrega de livros impressos aos alunos --eles vão receber apenas o material produzido pela secretaria, e não mais o que era fornecido pelo MEC.
Na manhã desta segunda (7), Feder disse ter entendido que os livros físicos são importantes, por isso, recuou da decisão de ofertá-los apenas no formato digital.
"Esse material [feito e impresso pela Seduc] é consumível, ou seja, o aluno pode escrever, grifar, anotar, rabiscar no próprio livro. Os livros do PNLD [Programa Nacional do Livro Didático] não são consumíveis para essa etapa de ensino. A gente optou então pelo material próprio para que o aluno possa ter um livro de verdade, onde pode riscar, anotar e escrever", disse Feder.
Os livros do PNLD para os anos finais do ensino fundamental são reutilizáveis, ou seja, precisam ser devolvidos pelo aluno ao fim do ano letivo. A medida, além de poupar recursos públicos, também é considerada sustentável, já que o aluno não vai precisar do livro ao concluir a série.
Os alunos são orientados a não fazer anotações a caneta nesses livros para que eles cheguem em boas condições aos demais no próximo ano.
Depois de uma semana após anunciar a decisão de sair do PNLD, essa foi a primeira vez que Feder argumentou sobre a necessidade de ofertar livros consumíveis aos alunos. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele defendeu o uso do material didático para tornar a aula mais atrativa e chegou a dizer que "o aluno estuda majoritariamente na escola", por isso, não haveria necessidade de levar livros para casa.
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