BELÉM, PA (FOLHAPRESS) - "Fortaleceremos o lugar dos países detentores das florestas tropicais na agenda global, desde o tema das mudanças climáticas até a reforma do sistema financeiro global", afirmou o presidente Lula na manhã desta terça-feira (8), na abertura a Cúpula da Amazônia, que reúne chefes de Estados dos países amazônicos em Belém.

Em rápido discurso de abertura do evento, o presidente cumprimentou os líderes presentes na reunião e informou a agenda de discursos da manhã, que contará com discursos dos chefes de Estado da Bolívia, Peru e Guiana e a representação diplomática da Venezuela.

"Desde que o acordo da OTCA [Organização do Tratado de Cooperação Amazônica] foi assinado, os chefes de Estado só se encontraram três vezes. Há 14 anos não nos reuníamos. É a primeira vez que o fazemos diante do extremo agravamento das mudanças climáticas", afirmou Lula, acrescentando que a cooperação nunca foi tão urgente, pois os desafios demandam ação conjunta dos países.

O presidente brasileiro afirmou ainda que a Cúpula deve discutir e promover uma visão de desenvolvimento sustentável na região, combinando a preservação ambiental com emprego digno e os direitos de quem vive na Amazônia. Citou ainda a necessidade de combater o crime internacional e valorizar povos indígenas e conhecimentos ancestrais.

Outro objetivo apontado por Lula é o fortalecimento da OTCA. "É o único bloco do mundo que nasceu com missão socioambiental", afirmou. "Poderemos assegurar que nossa visão de desenvolvimento sustentável terá vida longa".

O QUE É A CÚPULA

A Cúpula da Amazônia, que se estende até essa quarta (9), tem o objetivo inicial de discutir questões socioambientais entre os países amazônicos.

A ideia da realização da cúpula foi apresentada pelo então presidente eleito Lula em discurso feito no ano passado durante a COP27, em Sharm El-Sheikh, no Egito. Em abril deste ano, houve a concretização da ideia com o agendamento do evento.

A ideia é reunir os países-membros da OTCA. Além desses, outras nações também foram convidadas para o evento. O presidente francês, Emmanuel Macron, por exemplo, havia sido convidado para a cúpula (afinal, a Guiana Francesa tem em seu território ?que é parte da França? parte da floresta amazônica), mas não virá ao encontro.

Oficialmente, o governo diz que a cúpula serve para fortalecer a OTCA e para a "definição de uma posição em comum pelos países em desenvolvimento que detêm reservas florestais". Ao final do evento, é esperado a assinatura de um tratado conjunto.

Além de autoridades, nomes da sociedade civil têm atuado com propostas para embasar e direcionar as discussões na cúpula.


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