SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Familiares e amigos de Guilherme Lucas Martins Mathias, jovem de 26 anos que foi morto pela polícia militar do Rio de Janeiro no sábado (5), contestam a versão dos agentes sobre o caso e negam a existência de uma arma dentro do carro alvejado.
Disparos feitos pela polícia atingiram três jovens que voltavam de baile funk após aniversário de Guilherme, que completou 26 anos no sábado. Ao chegarem no morro da Coroa, onde moram, os jovens foram surpreendidos com os tiros da polícia, afirmam os sobreviventes.
Vítimas negam versão da polícia de que houve pedido para parar o carro. O motorista e amigo de Guilherme, chamado Matheus Coutinho, afirmou à Record TV que os tiros foram disparados no momento em que ele virou em uma rua. Ele seguiu com o carro até um hospital, onde Guilherme e o irmão de Matheus, ferido na perna, foram atendidos. Ele nega que houvesse qualquer arma no carro.
"Que arma é essa? Todo mundo botou a cara a tapa. Não tinha arma, não tinha droga, não tinha nada. A gente estava voltando do baile, somente", amigo da vítima, Matheus dirigia o carro que foi alvejado
"Só tinha trabalhador no carro", disse o pai do motorista e do jovem ferido na perna. "Você pode ver que eles vieram na delegacia por livre e espontânea vontade. Isso é bandido? Tinha arma? E por que não prenderam ninguém no hospital ou foi ver se não tinha arma?", afirmou o homem também à Record TV.
Corpo de Guilherme foi velado e enterrado ontem. Na segunda-feira, familiares fizeram um protesto no Túnel Santa Bárbara, no centro do Rio.
Polícia diz que foi aberto procedimento interno e que imagens das câmeras corporais serão analisadas. "Os envolvidos na ocorrência prestaram depoimento na 5ªDP. A 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (1ª DPJM) acompanha o caso", diz a nota.
CASO ACONTECEU ANTES DE ADOLESCENTE SER MORTO PELA POLÍCIA
A morte de Guilherme Lucas Martins Mathias ocorreu antes da polícia atirar em outro jovem negro no Rio de Janeiro esta semana.
O adolescente Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, morreu após ser atingido na Cidade de Deus na noite de domingo.
A família acusa os policiais de execução, e a polícia dá versão de "ataque". "Ele não estava armado, não era traficante. Nossos familiares estão muito abalados com o fato de estarem acusando uma criança de 13 anos de ser envolvido com o tráfico", declarou uma tia do jovem.
A Delegacia de Homicídios investiga o caso. As armas dos policiais foram recolhidas, e uma perícia foi realizada no local, complementa a corporação.
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