SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O vereador do Rio de Janeiro Marcelo Diniz (Solidariedade) diz que teve a sua casa atingida por tiros de fuzil no fim da tarde desta sexta-feira (25), na comunidade da Muzema, zona oeste da capital.
Um agente da prefeitura que estava na porta da casa conversando com familiares do vereador foi baleado. Ideraldo Figueiredo foi encaminhado ao hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. O estado de saúde dele é estável. Diniz não estava em casa no momento dos tiros.
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil afirmou que ainda não recebeu informações sobre o caso. A Polícia Militar também foi questionada, mas não disse se equipes foram enviadas ao local.
Diniz afirma que a casa foi atingida por mais de 20 tiros e suspeita de que eles tenham sido disparados de fuzil. Ele diz não descartar que tenha sido uma tentativa de assassinato.
"Existe uma guerra do poder paralelo entre milícia e Comando Vermelho, mas nunca aconteceu o que houve aqui, agora. Mais de 20 tiros na reta da minha casa. Não sei se foi a guerra, ou se foi para me matar", afirma o vereador
A Muzema, onde o caso aconteceu, é uma das comunidades que receberam o Cidade Integrada, programa de segurança pública e serviços anunciado pelo governo do estado em 2022.
A maioria das comunidades da zona oeste estão dominadas por milícia, com exceção da Cidade de Deus, com influência da facção criminosa Comando Vermelho.
No momento dos tiros, os pais do vereador estavam em casa. O agente da prefeitura baleado conversava com os familiares do vereador na porta do imóvel.
"Os tiros estão agrupados, foram em direção à cabeça do meu pai. Acabaram de matar o Zico Bacana em Guadalupe desse jeito", completa.
Marcelo Diniz tornou-se vereador em junho de 2021, após assumir a vaga que pertencia ao Dr. Jairinho, cassado durante as investigações pela morte do enteado, Henry Borel.
No último dia 7, o ex-vereador carioca Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, foi morto em emboscada em Guadalupe, na zona norte do Rio. Ele estava em uma panificadora quando homens, que estavam dentro de um carro, passaram atirando.
Zico Bacana foi baleado na cabeça. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o ex-vereador já estava morto quando chegou ao hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo.
Ex-policial militar, o ex-vereador foi citado no relatório final da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio em 2008. No documento, ele foi apontado como líder da milícia que atuava em Guadalupe, bairro em que foi morto.
Em 2018, Zico foi convocado a prestar depoimento no contexto do inquérito que apurava o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Na época, a Polícia Civil recolheu imagens do circuito interno de câmeras da Câmara Municipal do Rio para saber quem esteve no sétimo andar do prédio, onde ficava o gabinete de Zico, no dia da morte de Marielle, em 14 de março de 2018.
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