SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta segunda-feira (28), ao avaliar a Operação Escudo, que o confronto não é desejável, mas a polícia também não pode ser confrontada ao realizar suas operações.

"A gente não quer o confronto, não quer de jeito nenhum. O confronto não é desejável. Agora, a polícia também não pode ser confrontada. Ela tem que ter o respeito em fazer as suas operações como elas têm que ser feitas, ela tem suas regras de engajamento; a nossa polícia é extremamente capaz, bem treinada e está fazendo o máximo para proporcionar a segurança pública para a população."

A Operação Escudo, que completa um mês nesta segunda, soma 22 mortes no litoral paulista e é alvo de denúncias de uso de tortura e abuso de força.

Trata-se da ação mais violenta da Polícia Militar paulista desde o massacre do Carandiru. Com medo, moradores contaram em entrevista à Folha de S.Paulo que planejam deixar o Guarujá.

Ao fazer o balanço da ação, o governador não comentou as denúncias e destacou que a operação soma 650 presos, uma tonelada de droga apreendida e mais de 80 fuzis recolhidos.

"Desses 650 presos, 245 [eram] foragidos da Justiça, ou seja, 245 pessoas com mandado de prisão em aberto, foragidos da Justiça, andavam tranquilamente por Guarujá e foram capturados nessa operação", ressaltou.

Tarcísio afirmou que a população no litoral estava "asfixiada pela falta de segurança" e falou que todos sabem da dificuldade em combater o tráfico de drogas.

"A Polícia Federal foi cumprir um mandato de busca e apreensão lá no Guarujá e o que aconteceu? Foi recebida a tiros, um delegado Polícia Federal tomou um tiro na cabeça e poderia ter morrido. Não é brincadeira isso", argumentou.

EVENTO NO PALÁCIO DOS BANDEIRANTES

O governador fez a análise da operação durante a coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, onde foi anunciada a criação da Tabela SUS Paulista.

A proposta prevê a utilização de recursos do Tesouro Estadual para complementar a tabela utilizada pelo governo federal para a remuneração de atendimentos e procedimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Segundo o secretário de estado da Saúde, Eleuses Paiva, em alguns casos os aportes chegarão a 400%. Partos normais, por exemplo, pelos quais os hospitais recebem R$ 443,40 pelo SUS, receberão R$ 2.227.


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