SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta terça-feira (29) que a discussão sobre estatísticas criminais não resolve o problema de violência no centro da capital. Ele havia sido questionado sobre o recorde de roubos nas regiões da Sé e Campos Elíseos, de janeiro a julho deste ano.
"Não adianta nada você ter o indicador [positivo] e o cidadão não se sentir seguro, ficar falando de número não vai resolver o problema", disse o governador, ressaltando que sua gestão quer reativar a atividade econômica na região central. "Se estivesse resolvido [o problema de violência], a gente não precisava mais trabalhar", disse após ser questionado sobre a piora das estatísticas até julho.
O governador falou em queda nos índices de violência na região central, especialmente latrocínios e roubo. A gestão estadual diz que houve uma redução de 28% em roubos na área do 3º Distrito Policial (Campos Elíseos) em julho, na comparação com o mês anterior. É nessa região que atualmente fica a cracolândia.
Nos primeiros sete meses do ano, como mostrou a Folha de S.Paulo, houve um aumento de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo a maior quantidade de roubos desde o início da série histórica, em 2002.
Tarcísio destacou a mudança na praça da Sé, onde foram colocadas grades ao redor de canteiros pela prefeitura, em abril, e o policiamento foi reforçado. Ele disse, no entanto, que o governo não está totalmente satisfeito com os resultados na área de segurança pública.
"Observe como estava a Sé quando a gente chegou e como está a Sé hoje. A Sé estava tomada, a Sé foi devolvida ao cidadão, hoje é outro ambiente", afirmou Tarcísio.
Os dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública) mostram que houve 2.910 roubos registrados entre janeiro e julho, um aumento de 13% na comparação com o ano anterior. A pasta diz que há uma queda progressiva de roubos desde abril.
O governador destacou a apreensão de drogas na cidade. Segundo o governador, mais de 150 toneladas de drogas foram apreendidas em todo o estado durante o ano, sendo 55 toneladas na capital. Ele diz que o governo paulista deve focar em reformas e atração de emprego para o centro.
"O grande problema dessa mazela que nós vivemos, dessa depreciação, dessa degradação do centro, é a destruição do emprego. E os empregos estão sendo subtraídos rapidamente, a gente precisa inverter esse processo, e o esforço vai ser feito todo nesse sentido", disse Tarcísio.
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