SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A empresa RMS Titanic Inc., que detém os direitos de recuperação das peças do navio que naufragou em 1912, organiza uma nova expedição para visitar os destroços do transatlântico, no Atlântico Norte. A viagem acontece meses depois da tragédia com o submersível da OceanGate, que implodiu e matou cinco pessoas.

A RMS Titanic Inc. planeja fazer a expedição aos destroços do Titanic em maio de 2024. As informações constam em um relatório apresentado pela empresa a tribunal, nos Estados Unidos, na última sexta-feira (25). As informações são da AP News.

Segundo a companhia, a expedição tem o intuito de recuperar artefatos relacionados à embarcação, que estão no fundo do oceano. A empresa não especificou quantas pessoas deverão ir à visita ou se fará tudo de forma remota.

O governo dos Estados Unidos quer impedir novas viagens para recuperar itens do Titanic, inclusive essa da RMS, sob a alegação de infringir lei federal que proíbe a perturbação dos destroços do navio, além de um acordo internacional com o Reino Unido, que considera o local do naufrágio um memorial às mais de 1.500 vítimas da tragédia.

Os advogados que representam os interesses dos EUA justificaram que a empresa "não pode ignorar" a legislação do país e, por esse motivo, se opõe à expedição.

A empresa alegou que não pretende "perturbar" os destroços do Titanic, mas, sim, fotografar o naufrágio nas partes deterioradas, por onde "é possível passar um veículo remotamente sem interferir na estrutura atual".

Conforme a companhia, também é possível recuperar artefatos da sala Marconi, "se tais objetos não estiverem fixados nos destroços". A sala Marconi abriga o rádio do navio que transmitia os sinais de socorro durante o naufrágio. "Neste momento, a empresa não pretende cortar os destroços ou separar qualquer parte deles", afirmou a defesa da RMS.

TRAGÉDIA COM O TITAN

O submersível Titan, da OceanGate, submergiu na manhã de domingo, 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, localizado no Atlântico Norte.

O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.


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