SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A implementação da tarifa zero nos ônibus urbanos de São Paulo é defendida por 66% da população que vive na cidade, enquanto 31% dos paulistanos se dizem contra a gratuidade no transporte.

Os dados foram coletados pelo Datafolha, que ouviu 1.092 moradores da capital paulista nas últimas terça (29) e quarta-feira (30). A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

Em todas as cinco regiões da cidade, a população residente é majoritariamente favorável ao passe livre, ainda que em diferentes graus. No centro, por exemplo, 56% dos entrevistados se disseram a favor da medida, enquanto na zona oeste 70% pensam assim. As demais regiões oscilaram na margem de erro, em comparação com a população geral.

A pesquisa também mostra que o apoio à gratuidade é maior entre os mais jovens. Considerando a faixa etária de 16 a 24 anos, 81% dos entrevistados se disseram a favor da medida e 15% disseram ser contra.

Conforme a idade dos entrevistados avança, maior é a rejeição à proposta, ainda que nunca supere a proporção de apoiadores. Entre a população com 60 anos ou mais, 54% se declararam favoráveis à tarifa zero e 44% contrários.

De todos os estratos da pesquisa, o único em que se igualam o apoio e a rejeição à gratuidade nos ônibus é o perfil econômico: entre a população com renda familiar de 5 a 10 salários mínimos, 49% se disseram a favor e 49% se disseram contra.

Considerando os mais ricos, que ganham mais de 10 salários mínimos por mês, 56% dos entrevistados se disseram a favor do passe livre, e 41% se disseram contra.

Já entre os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos, sobe para 71% o apoio, enquanto rejeição cai para 26%

O apoio à proposta também é maior entre quem tem ensino médio completo, com 69% dos entrevistados a favor e 29% contra. Na outra ponta, considerando nível de escolaridade, 55% da população com ensino superior é favorável à tarifa zero e 40% contrária.

No final do ano passado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) solicitou um estudo para avaliar a possibilidade de instituir o passe livre nos ônibus na capital, mas até hoje a ideia não avançou. A medida poderia custar R$ 10 bilhões por ano aos cofres da cidade.


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