SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Ministério Público Federal vai investigar a ação de um agente da PRF que atirou e atingiu uma menina de 3 anos dentro do carro da família.

A investigação criminal vai apurar o suposto crime de lesão corporal ou tentativa de homicídio qualificada pela idade da vítima, "sem prejuízo de outras condutas criminosas verificadas no curso das apurações", diz a nota do órgão.

O MPF também vai investigar a informação de que um agente da PRF à paisana teria entrado no centro de terapia intensiva onde a criança está internada, o que teria acontecido sem autorização.

Há, também, um pedido de informação sobre eventual assistência prestada pela PRF à família nos cuidados com a menina. A criança está internada no CTI em estado grave -o tiro acertou a coluna e a cabeça dela.

Na sexta-feira (8), o MPF já havia solicitado à Superintendência da PRF a identificação do autor dos disparos, o afastamento de todos os envolvidos na operação por 30 dias e o recolhimento imediato das armas utilizadas na ação para realização de perícia. O órgão também pediu acesso ao procedimento investigatório interno aberto na Corregedoria da polícia.

O CASO

A menina foi baleada dentro do carro da família na noite de quinta-feira (7), em Seropédica, na Baixada Fluminense. A família da criança disse que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro "depois que ouviu o barulho de tiro", segundo informou a TV Globo. Segundo o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era fruto de um roubo, embora o dono do veículo e pai da criança tenha afirmado que não estava ciente disso, segundo a TV.

A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa "profundo pesar" pela situação.

O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, nem dele.

A criança está internada no CTI em estado grave - o tiro acertou coluna e cabeça dela. De acordo com nota do Hospital Adão Pereira Nunes, o tiro atingiu a cabeça, a coluna cervical e a escápula. Ela deu entrada na unidade com "rebaixamento de nível de consciência" e foi sedada e entubada antes da cirurgia.


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!