SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de 30 estudantes invadiram nesta terça (17) a sede da Secretaria Estadual de Educação, na praça da República, no centro de São Paulo, para cobrar um encontro com o titular da pasta, Renato Feder.

Contrários ao novo ensino médio e a uma série de ações adotadas para a área no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), os estudantes dizem que há meses tentam um encontro com o secretário para discutir mudanças naquilo que tem sido implementado nas escolas estaduais.

O grupo de alunos, ligados à Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), foi à sede da secretaria no fim da tarde desta terça. Segundo os estudantes, a ideia era protocolar mais um pedido de reunião com o secretário, quando decidiram pular as catracas de entrada do prédio para pressionar pelo encontro.

Policiais militares que fazem a segurança do prédio acompanharam a ação, que terminou de forma pacífica. Os estudantes deixaram o local depois que o secretário-executivo da pasta, Vinícius Neiva, concordou em ter uma reunião com parte do grupo.

Feder está em Campos do Jordão, no interior do estado, em um encontro com supervisores de ensino. O evento tem como uma de suas pautas a apresentação de mudanças no currículo do ensino médio para o próximo ano.

A principal demanda dos estudantes é a revogação do novo ensino médio, que entrou em vigor em São Paulo em 2021 durante o governo João Doria. Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, a nova organização curricular deixou as turmas do último ano dessa etapa do ensino sem aulas de história, geografia, biologia, química e física em 2023.

"Desde que o secretário assumiu o cargo, nós protocolamos mais de 20 ofícios pedindo uma reunião para que os estudantes fossem ouvidos e ele nunca nos recebeu. Por isso decidimos tomar essa atitude, para que ele veja que precisa dialogar com quem é impactado pelas políticas que implementa", disse Luiza Martins, presidente da Upes.

Os estudantes reclamam da ausência das disciplinas regulares, que foram substituídas por matérias dos itinerários formativos. Também cobram melhor estrutura para as escolas estaduais, são contrários ao modelo de escola integral implementado em São Paulo e criticam medidas de tecnologia que têm sido impostas para uso em sala de aula.

"As escolas estão com uma série de problemas estruturais, não temos aulas das disciplinas regulares, nem dos conteúdos que são cobrados nos vestibulares. Enquanto isso, o secretário está em Campos do Jordão apresentando um novo currículo para o ensino médio, que mais uma vez não foi discutido com os estudantes", disse Luiza.

Em nota, a Secretaria de Educação disse que os pleitos apresentados serão "avaliados pela área técnica".


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