A poeta e romancista palestina Heba Abu Nada, autora do romance Oxygen is Not for the Dead (2017) - obra sem tradução para o português - , morreu sob bombardeio em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, na sexta-feira (20), anunciou o Ministério da Cultura palestino.
Nascida em Meca em 1991, Abu Nada estudou bioquímica na Universidade Islâmica de Gaza e concluiu um mestrado em nutrição clínica. Em 2017, ela ficou em segundo lugar no Prêmio Sharjah de Criatividade Árabe na categoria romance por sua estreia, Oxygen is Not for the Dead.
Nos últimos dias, ela usava a conta no Twitter para se referir ao conflito instalado na Faixa de Gaza desde o dia 7 de outubro.
"A noite da cidade é escura, exceto pelo brilho dos mísseis, silenciosa, exceto pelo som dos bombardeios, assustadora, exceto pela garantia das súplicas....", publicou a poetisa no dia 8 de outubro.
No Twitter, há diversas manifestações de pêsames e condolências pela morte da artista. "Com grande tristeza lamentamos uma das mais talentosas poetisas e romancistas feministas de Gaza, Heba Abu Nada", comentou o cientista político e pesquisador palestino Abdalhadi Alijla.
Outros artistas mortos
Há 15 dias, o mundo acompanha a escalada da violência na guerra entre Israel e Hamas, no Oriente Médio. O conflito teve início com o ataque já promovido pelo grupo Hamas contra os israelenses, no dia 7 de outubro. Desde então, Israel acionou as forças de segurança e tem disparado ataques aéreos diários a Gaza. Além disso, estabeleceu bloqueio total na região – sem permissão para entrada de água, comida e combustível - e determinou que a população local, majoritariamente palestina, evacuasse o norte de Gaza e se deslocasse.
No último dia 13, a artista plástica palestina Heba Zagout, de 39 anos, foi morta com seus dois filhos pequenos em um ataque aéreo israelense em Gaza. Heba Zagout estudou artes plásticas na Universidade Al-Aqsa de Gaza e formou-se em design gráfico. Ela conquistou muitos seguidores nas redes sociais por suas pinturas vibrantes de paisagens e pessoas palestinas, especialmente por suas representações de cenas de Gaza e Jerusalém.
Já o artista Mohammed Sami, 23 anos, foi morto ao lado da família durante o ataque ao Hospital al-Ahli al-Arabi, na última terça-feira (17). Ele estava no local como voluntário, organizando atividades para ajudar a melhorar o estado psicológico das crianças afetadas pelo conflito.
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