RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - As instituições do Estado devem se fortalecer para evitar que seus integrantes sejam cooptados pelo crime organizado, disse nesta quarta (1º) o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Leandro Almada.

Em entrevista coletiva, ele afirmou que uma das funções da corporação é identificar os agentes públicos envolvidos com o crime organizado.

"Existem falhas, existem erros e existe cooptação. Uma das características das organizações criminosas é a cooptação", disse Almada.

A declaração acontece após uma série de prisões de policiais ligados à milícia e ao tráfico. Na terça-feira (31), dois PMs e um sargento do Exército foram presos em uma operação da Polícia Federal.

Eles estavam fazendo a segurança dos milicianos Tailon de Alcântara Pereira Barbosa e Dalmir Pereira Barbosa -filho e pai apontados como líderes da milícia de Rio das Pedras e que também foram presos ontem.

Na operação, a PF também prendeu outros cinco milicianos na manhã desta quarta-feira. Entre os presos está Laerte Silva de Lima, considerado o terceiro dentro da hierarquia do grupo.

Almada participou da entrevista ao lado do promotor Fábio Corrêa, chefe do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público. A operação desta semana não contou com a participação de agentes das Polícias Militar e Civil

Ainda sobre os agentes envolvidos com o crime organizado, Almada afirmou que há uma orientação do Ministério da Justiça para investigar esses casos. "Estamos aumentando a nossa capacidade de investigação para que possamos investigar essas pessoas. Temos certeza que os resultados virão".

Almada e Corrêa foram questionados sobre a soltura de Peterson Luiz de Almeida, conhecido como Pet é suspeito de fazer parte de uma outra milícia, chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

O homem estava preso em um presídio de Benfica, na zona oeste do Rio, mas foi solto após um suposto erro de comunicação entre a Secretaria de Administração Penitenciária e o Tribunal de Justiça do Rio. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio para apurar se houve algum desvio de conduta.

"Já está sendo investigado se houve desvio de conduto. Foi identificado que ele continuava a praticar esses atos criminosos", afirmou Correa.

Almeida foi preso em uma operação do Gaeco e da PF em 30 de agosto deste ano. Ele já tem uma condenação por integrar milícia. Quando foi preso, cumpria a pena em regime aberto e estava de tornozeleira eletrônica.


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