RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Militares da Aeronáutica vão pedir mais câmeras corporais para o efetivo que atua nos aeroportos durante a operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
A demanda será apresentada ao comando nacional da FAB (Força Aérea Brasileira) para que seja incluída no plano de modernização previsto na GLO. No decreto sobre a GLO assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está previsto que os Ministérios da Justiça e da Defesa apresentem um plano de modernização com foco em portos, aeroportos e fronteiras.
A operação começou na última segunda (6) e, de acordo com militares ouvidos pela reportagem, faltam câmeras corporais -não há equipamentos suficientes para todo o efetivo alocado na operação. Ao todo, 600 militares da FAB participam da ação.
A GLO é uma resposta à escalada da violência no Rio de Janeiro e fica em vigor até maio de 2024. Na operação, a FAB vai atuar nos aeroportos do Galeão, no Rio, e de Guarulhos, em São Paulo, enquanto a Marinha fará fiscalização dos portos do Rio, de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP).
O plano de modernização deve ser apresentado pelos ministérios dentro de 90 dias, contados a partir da assinatura do decreto (1º de novembro). Segundo militares do comando da operação ouvidos pela reportagem, no entanto, a ideia é que o primeiro desenho do planejamento seja apresentado em 30 dias.
O objetivo é que o planejamento garanta mudanças para dar mais eficiência à atuação da Polícia Federal, da PRF, da Polícia Penal Federal e das Forças Armadas, respeitando as competências de cada corporação.
Ao todo, 600 militares da FAB foram convocados para atuar nos dois aeroportos -metade em cada. A operação também conta com cães farejadores, viaturas e armamentos de cano curto. Segundo o major-brigadeiro Luiz Guilherme da Silva Magarão, comandante da operação pela FAB, a ideia é que as armas sejam usadas em último caso.
APOIO DA RECEITA
A Receita Federal vai atuar em cooperação com militares durante a GLO nos aeroportos. O órgão federal ficou de fora do decreto da operação, mas, segundo o superintendente da Receita no Rio, Claudiney Cubeiro dos Santos, o fisco irá colaborar com a Aeronáutica.
No decreto está previsto o apoio da Polícia Federal e da PRF, mas não da Receita. Quando a GLO foi assinada, entidades como a Unafisco e o Sindifisco Nacional divulgaram notas questionando a ausência do órgão na força tarefa.
"A Receita Federal participa da força-tarefa, colabora com as ações da GLO no âmbito das suas competências", afirmou Santos. "A integração com os demais órgãos nos fortalece. Uma integração para combater o crime organizado".
Segundo o superintendente da Receita, um dos focos do fisco durante a operação será o monitoramento de eventuais evasões de carga e bagagens de Galeão e Guarulhos para outros aeroportos.
"A Receita Federal atua com base em informações e em gestão de risco. Isso é importante para que a gente atue sem prejudicar o comércio regular e o direito dos viajantes."
Um dos objetivos de envolver a Receita é o órgão monitorar e localizar pontos de lavagem de dinheiro das facções criminosas e seus financiadores.
Segundo o major-brigadeiro Magarão, a ideia inicial é que a ação seja um reforço no que já é feito diariamente nos aeroportos. Os militares poderão, por exemplo, fazer revista e buscar condutas suspeitas, além de fiscalizar do saguão e demais pontos sensíveis do aeroporto.
Também participaram da entrevista coletiva nesta quarta (8) representantes das Polícias Civil e Federal no Galeão, da Anvisa e da concessionária que administra o aeroporto.
O comandante da FAB afirmou que a Polícia Militar também reforça a GLO com a fiscalização dos acessos ao Galeão. "Contamos com a participação da Polícia Militar neste processo", completou Magarão.
Já no caso de Guarulhos, os acessos são monitorados pela PRF e, com a GLO, receberam reforço deda Aeronáutica.
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