SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após a Enel descumprir prazos para restabelecer o fornecimento de energia elétrica, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a criticar a concessionária nesta quinta (9).

"É muito triste, é inaceitável o que a Enel fez com a cidade, deixando ela por tantos dias sem energia. Outras concessionárias fizeram os serviços com muito mais agilidade e respeito ao cliente", disse Nunes.

O temporal atingiu o estado na sexta-feira (3), e no fim de semana a empresa prometeu restabelecer a energia até terça (7). Foi somente nesta quinta-feira (9), porém, que a Enel afirmou que a capital não tem mais endereços sem luz.

A lentidão da Enel, de acordo com o prefeito, evidenciou como o quadro de funcionários é insuficiente para atender a demanda da região metropolitana.

Nunes insistiu em comparar o desempenho da Enel ao das concessionárias EDP e CPFL, que atuam no interior paulista.

"Lá também teve ventos com mais de 100 km/h. Elas tinham mais equipes, proporcionalmente, porque a Enel atende 24 municípios na região metropolitana", disse Nunes. "Estou muito decepcionado com o desempenho da Enel, principalmente se você fizer um comparativo."

A concessionária assumiu a distribuição de eletricidade na região metropolitana de São Paulo em 2018 e promoveu um enxugamento no quadro de pessoal. Entre 2019 e 2022, o número de colaboradores próprios e terceirizados caiu de 23,8 mil para 15,3 mil.

A Enel diz que que os cortes se concentraram em áreas administrativas e não tiveram grande impacto no efetivo operacional que foi para as ruas cuidar dos estragos da tempestade. "A companhia possui atualmente uma resposta de recuperação da rede mais efetiva do que em anos anteriores", disse a Enel.

A relação entre a gestão Nunes e a Enel vive momento de tensão, com trocas de farpas.

Max Xavier Lins, presidente da Enel São Paulo, culpou as árvores derrubadas pelo temporal pela falta de energia prolongada na cidade e sugeriu que o trabalho de remoção da prefeitura não seria eficiente. Nunes reagiu e, em entrevista à CNN, rotulou a fala de Lins como "mentira".


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