SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Bar Brahma, tradicional choperia no cruzamento icônico das avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo, foi alvo de pedradas na tarde deste domingo (3).

O ataque teria sido uma resposta de ladrões do grupo conhecido como "gangue da bike", que reagiram após um integrante ter sido agredido em frente ao local, depois uma tentativa de assalto. Além de vidraças destruídas, uma TV foi quebrada e um carro foi depredado no ataque.

Para o empresário e diretor do Bar Brahma, Alvaro Aoas, 61, o combate ao crime no centro de São Paulo passa por três pilares: Justiça, polícia e cidadania.

"A Justiça [precisa] parar de soltar ladrão. A polícia, mostrar mais presença, e o cidadão [tem de estar] engajado contra o problema", disse o empresário.

Aoas, que está na direção do bar desde 2001, recebeu a reportagem nesta segunda (4) no estabelecimento, que já não tinha sinais evidentes dos estragos.

Segundo Aoas, o ataque ocorreu por volta das 17h. Naquele momento, um cliente chegava ao bar quando foi surpreendido por um ladrão em uma bicicleta, acompanhado por outro suspeito -que também estava de bicicleta e depois conseguiu fugir.

Apanhado por testemunhas que estariam de passagem pela rua, segundo Aoas, o suspeito foi agredido -depois, deixou o local. Também a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que a agressão teria partido dessas testemunhas.

Na sequência foi que o grupo de vândalos, que teria sido acionado pelo suspeito agredido, chegou ao local e começou a atirar pedras e outros objetos contra a fachada do bar. De acordo com o relato de uma testemunha, cerca de 30 pessoas participaram do ataque.

Para Aoas, é necessário um movimento de ocupação do centro e de seus bares e restaurantes como forma de combater o crime. O empresário também critica o que chamou de abandono da região central.

"Temos que ocupar o centro de São Paulo. No exterior as pessoas têm orgulho do centro", disse ele, que estava acompanhado do também sócio do Bar Brahma João Castro, 61, um português que chegou ao país em 2014. "A gente tem trabalhado pelo centro. Nós temos essa responsabilidade", acrescentou Castro.

A SSP disse que a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência de agressão na avenida São João, após uma tentativa de furto. Nesta segunda-feira, ainda segundo a pasta, policiai civis do 3° DP (Campos Elíseos) foram até o bar para solicitar imagens de câmeras de segurança.

Segundo o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), de abril a outubro houve queda de 6,1% nos furtos e de 15,2% nos roubos no centro de São Paulo, em comparação ao mesmo período de 2022. O contingente policial na região foi reforçado pela Operação Impacto-Centro, com 120 policiais a mais diariamente e mais de 1.500 vagas pela Operação Delegada.

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