SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um PM reformado apontado como segurança do contraventor Rogério Andrade, sobrinho do bicheiro Castor de Andrade, sobreviveu a um atentado nesta sexta-feira (15) à noite na casa onde mora no Rio.

Um vídeo registrou o momento em que dois homens encapuzados, de colete e com armas longas entram em um portão. Em seguida, outros dois comparsas encapuzados descem de um carro, que para em frente ao portão.

Um desses homens faz sinal, até que um segundo veículo se aproxima. Em seguida, eles entram nos veículos e deixam o local.

O grupo atirou contra a casa do sargento reformado Márcio Araújo de Souza, apontado como o principal segurança de Rogério Andrade. Ele mora em um condomínio fechado em Ilha de Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro.

A Polícia Civil fez perícia no local e colheu depoimento do PM reformado, que foi alvo do ataque. Os investigadores fazem neste sábado (16) diligências para tentar identificar os suspeitos.

QUEM ERA O ALVO DO ATAQUE

O sargento reformado Márcio Araújo de Souza foi solto em outubro deste ano de uma unidade prisional da PM por determinação judicial. Ele se entregou às autoridades em fevereiro de 2021, após mandado de prisão decretado pela 1ª Vara Criminal do Rio pelo crime de homicídio triplamente qualificado.

O PM era suspeito de ter recrutado pistoleiros a mando do contraventor Rogério Andrade para matar Fernando Iggnácio Miranda, genro de Castor de Andrade. Ele foi assassinado em uma emboscada em novembro de 2020 no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro.

O genro de Castor de Andrade foi morto por ao menos cinco tiros de fuzil AK-47 em disparos dados a uma distância de apenas cinco metros. Após atirarem por cima de um muro, os assassinos fugiram por uma área de mata. Polícia Civil identificou todos os suspeitos envolvidos no atentado.

Fernando Iggnácio foi morto após voltar de helicóptero de uma viagem a Angra dos Reis (RJ) com a esposa Carmem Lúcia de Andrade, filha de Castor. Ele desembarcou sozinho, foi conduzido em um veículo elétrico até o estacionamento e deu os últimos passos até o seu carro após percorrer cerca de 100 m, onde foi atingido.

MAIS DE 50 MORTES EM GUERRA DA CONTRAVENÇÃO

Após a morte de Castor de Andrade em 1997, os contraventores passaram a travar uma sangrenta disputa pelo controle do jogo do bicho. Segundo investigações da Polícia Federal, mais de 50 assassinatos até 2007 são atribuídos à guerra da contravenção.

O próprio Rogério Andrade foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2010. Em abril daquele ano, o filho dele de 17 anos morreu em um atentado a bomba na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, quando o carro que dirigia explodiu.

Rogério Andrade e Fernando Iggnácio foram alvo da operação Gladiador, da Polícia Federal. A ação investigou o esquema da dupla e a corrupção de policiais no Rio.


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