SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - A advogada Amanda Partata, 31, foi presa pela Polícia Civil de Goiás nesta quarta-feira (20), na cidade de Aparecida de Goiânia, por suspeita de envenenar e matar o ex-sogro e a mãe dele.

Leonardo Pereira Alves, 58, e Luzia Alves, 86, morreram no último domingo (17) após darem entrada em um hospital com sintomas de uma possível intoxicação alimentar. A hipótese, contudo, foi descartada após investigação da polícia, que trabalha com a tese de envenenamento.

O advogado de Amanda Partata, Carlos Márcio Rissi Macedo, foi procurado nesta quinta-feira (21), mas sua equipe informou que ele só vai se pronunciar sobre o caso após a audiência de custódia.

As investigações da Polícia Civil apontaram que Leonardo e Luzia, que vivem no mesmo imóvel, receberam uma visita de Amanda Partata no domingo, ocasião em que ela levou doces para o café da manhã.

Cerca de três horas depois de consumirem os alimentos, mãe e filho sentiram dores abdominais, vômitos e diarreia. Eles chegaram a ser atendidos no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas morreram horas após o internamento.

A Polícia Civil inicialmente suspeitou de uma possível intoxicação alimentar, mas a hipótese foi descartada após análise da Polícia Técnico-Científica.

Os peritos informaram que a situação não era compatível com uma morte por intoxicação alimentar, já que em casos como esse é maior o tempo de incubação das bactérias no organismo. Desta forma, seria maior o tempo entre a possível ingestão do alimento e a morte das vítimas

"A situação se assemelhava com um envenenamento. De imediato começamos as investigações para se mostrasse uma linha de alguém com motivo ou a intenção de se praticar mal para aquelas vítimas", afirmou o delegado Carlos Alfama, responsável pelas investigações.

A polícia identificou que a única pessoa estranha a ir à casa da família naquele dia foi a ex-nora Amanda de Leonardo e que ela havia levado comida de uma padaria para tomar café da manhã com eles.

No domingo, depois de tomar café da manhã com a família do ex-namorado, Amanda seguiu para a cidade de Intubiara (208 km de Goiânia), onde vivia. Horas depois, ela recebeu uma ligação de Leonardo, que afirmou que ele e a mãe estavam se sentindo mal.

Por volta de 0h de segunda-feira, já depois de ter sido informada sobre a morte do ex-sogro, Amanda deu entrada em um hospital em Intubiara.

No local, segundo informações da polícia, Amanda teria tentado se suicidar ingerindo remédios. Por volta das 12h, ela foi encaminhada para um hospital psiquiátrico na mesma cidade.

Amanda manteve uma relação com o filho de Leonardo até 27 de julho, quando terminaram o relacionamento.

As investigações da Polícia Civil apontaram que, desde então, ela vinha fazendo ameaças de morte ao ex-namorado e seus familiares por meio de perfis falsos em redes sociais, ligações e mensagens de SMS. Uma das mensagens enviadas para o celular dele dizia: "Depois não adianta chorar sob o sangue deles".

Amanda Partata foi presa na quarta-feira no hospital psiquiátrico em que estava internada e levada para uma unidade prisional de Goiás.

Ela será investigada por suspeita de duplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por meio de envenenamento.

Em entrevista nesta quinta-feira, a Polícia Civil informou que recebeu denúncias sobre o possível envolvimento de Amanda em outros crimes como estelionato e aliciamento de menores.

Ela se apresentava como psicóloga nas redes sociais. Segundo a polícia, contudo, ela não possui cadastro ativo no Conselho Regional de Psicologia de Goiás.


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