SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Moradores da cidade de São Paulo voltaram a sofrer com a queda de energia elétrica em meio ao temporal que atingiu a capital na tarde desta terça-feira (9) e deixou ao menos uma morte. Ventos de até 96 km/h e pontos de alagamento se somaram ao transtorno da falta completa ou a oscilação no fornecimento de energia elétrica, que pode danificar eletrodomésticos e representar riscos.
O temporal também complica a situação de quem ficou sem luz por causa da chuva na segunda-feira (8) e espera o retorno. Os consumidores também reclamam das dificuldades de obter atendimento ou previsões sobre o restabelecimento dos serviços.
Ainda, o TCM (Tribunal de Contas do Município) de São Paulo está sem energia por causa de danos na estrutura de distribuição na rua da corte, e cobrou soluções em ofício obtido pela Folha. Moradores do bairro dizem que uma árvore caiu na avenida Professor Ascendino Reis, danificando postes, e ainda aguarda para ser retirada.
Morador do Brás, o engenheiro civil Bruno Ribeiro, 31, ficou sem energia às 16h38, e diz que o problema está ligado ao crescimento vertical do bairro. "Expandiram os empreendimentos residenciais e aparentemente nada foi feito na infraestrutura da rede. Quando chove, sempre o transformador estoura e falta luz na região."
Já moradores do Butantã na região do Parque Previdência, zona oeste da capital, têm visto a energia oscilar, o que pode aumentar as chances de danos a aparelhos. Moradora da Liberdade, a servidora pública Juliana Ayres, 45, criticou o atendimento prestado pela Enel. Ela ficou 24h sem energia, que foi restabelecida às 15h desta terça.
"Enviaram apenas um email dizendo que 'galhos, árvores e outros objetos foram lançados sobre a rede, danificando alguns trechos em nossa área de concessão'. Não vão além disso."
Em nota, a Enel afirmou que havia restabelecido o fornecimento de energia elétrica para 96% dos clientes na Grande São Paulo afetados na tarde de segunda, e que trabalha para resolver a situação dos 0,2% que estão sem energia. Ainda, disse que reforçou um plano de ação emergencial nos municípios atendimentos com mobilização antecipada e 800 equipes em campo.
Um dos clientes afetados na segunda-feira é o TCM. Em ofício, a corte diz que solicitou o atendimento por meio do site da Enel, mas, sem resposta, emitiu uma comunicação oficial. "A questão vem causando consequências danosas às atividades exercidas no âmbito deste órgão, motivo pelo qual reiteramos a urgência e relevância na adoção das medidas competentes pela Enel Brasil."
A administradora de empresas Sabrina Fragomeni, 43, ouviu estouros que disse acreditar serem de geradores, e sabia o que vinha em seguida: o alagamento da rua. O prédio dela, um de dois blocos do condomínio, com 40 apartamentos, ficou com apenas uma das fases funcionando, com energia em alguns cômodos.
A energia no prédio de Sabrina foi restabelecida na tarde desta terça. Mas ela não contava, no entanto, com uma árvore que havia caído na segunda e bloqueado a avenida Professor Ascendino Reis, a mesma do TCM.
"O reparo foi resolvido por volta das 15h, mas às 15h30, a prefeitura chegou aqui junto com a Enel para desligar toda a energia daqui da vizinhança para que eles pudessem fazer a remoção da árvore de forma segura. Então, agora a gente está novamente sem luz."
Sabrina critica a falta de planejamento para a região, onde mora há 11 anos, com alagamentos constantes. "Desde sempre rola o papo de fazerem um piscinão, mas nunca saiu do papel. E quando queima
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