SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Paleontólogos descobriram um ninho de ovos fossilizados nos Estados Unidos, com idade estimada de 29 milhões de anos, que pertence a uma espécie pré-histórica de gafanhoto.
O ninho, com 50 ovos em forma de grãos de arroz, foi encontrado no Monumento Nacional John Day Fossil Beds, no Oregon, e microtomografias revelaram ser um ninho com ovos de gafanhoto. Os pesquisadores acreditam que esse é o primeiro ninho de ovos de gafanhoto fossilizado já registrado.
Pesquisadores acreditam que uma fêmea de gafanhoto depositou esses ovos sobre uma vagem há pelo menos 29 milhões de anos. O estudo foi publicado no Parks Stewardship Forum na segunda-feira (15).
O fóssil conta com 28 ovos em forma de elipse visíveis, cada um medindo não mais que 4,65 milímetros de comprimento e 1,84 milímetros de largura. Segundo os pesquisadores, eles são comparáveis aos ovos dos gafanhotos modernos, embora o tamanho dos ovos possa variar dependendo da espécie.
As microtomografias revelaram mais de duas dúzias de ovos enterrados em um torrão fossilizado de terra, em quatro a cinco camadas, dispostas em um padrão radial. Alguns dos ovos eram ocos, enquanto outros estavam cheios de sedimentos, relataram os autores do estudo.
Ovos de insetos são extremamente raros no registro fóssil, e casos de ovos intactos são ainda mais raros. O ninho estudado oferece uma visão de sua reprodução que remonta ao Oligoceno (33,9 milhões a 23 milhões de anos atrás), relataram pesquisadores
Os pesquisadores sabem há muito tempo que os gafanhotos são mais velhos que os dinossauros, e os insetos apareceram pela primeira vez há cerca de 300 milhões de anos. Essa descoberta, em particular, oferece mais informações sobre a fase inicial da vida dos insetos que viveram há milhões de anos.
A descoberta não se tratava apenas de um aglomerado aleatório de ovos. Ela era um tipo de estojo subterrâneo chamado ooteca, com os ovos embalados por uma camada protetora que havia mineralizado em uma casca pedregosa.
Isso nos diz muito sobre a história de vida desses animais e muito sobre o meio ambiente da época Nicholas Famoso, coautor do estudo e gerente do programa de paleontologia do John Day Fossil Beds National Monument.
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