SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Áreas protegidas da Amazônia tiveram o menor índice de desmatamento desde 2014, conforme apontou o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia) em dados divulgados ontem.
A devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação foi quase quatro vezes menor em 2023 na comparação com 2022. Os territórios destruídos foram de 1.431 km² para 386 km².
A devastação de terras indígenas caiu 52%. Em 2023, foram devastados 104 km² e 217 km² em 2022. De acordo com o Imazon, essa foi a menor área desmatada em territórios de povos originários desde 2017.
A redução superou a queda geral na derrubada. Apesar disso, a destruição de vegetação ainda representa mais de mil campos de futebol por dia.
Algumas áreas protegidas tiveram aumento na destruição. Entre as terras indígenas, uma das situações mais críticas ocorreu na Igarapé Lage (RO), onde o desmatamento cresceu 300% no ano passado. Esses locais devem receber ações urgentes em 2024, disse o Imazon.
Pará, Amazonas e Mato Grosso foram os estados que mais desmataram em 2023. O desmatamento aumentou apenas nos três dos nove estados que fazem parte da Amazônia Legal, área que corresponde a 58,9% do território brasileiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A terra indígena Yanomami foi a quinta mais desmatada em 2023. Em janeiro do ano passado, uma operação humanitária atuou na região devido aos danos sociais causados pela invasão de garimpeiros.
"Essa redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada", disse Carlos Souza Júnior, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia.
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