RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O cubano Alejandro Triana Prevez, 30, suspeito de matar o galerista americano Brent Sikkema, no Rio de Janeiro, quer mudar sua versão sobre o crime à polícia. Ele está preso desde a última quinta-feira (18), após ser denunciado por latrocínio. Em depoimento, na delegacia, ele negou a autoria do assassinato.
A defesa de Prevez esteve com ele por cerca de três horas no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, nesta sexta-feira (26). O advogado Greg Andrade disse que o cliente está disposto a colaborar com as investigações.
"Nós solicitamos uma nova oitiva porque entendemos que ele tem informações relevantes que pode dar outro rumo ao inquérito", disse Andrade à Folha. Um novo depoimento do cubano está previsto para a próxima terça (30).
"No depoimento à polícia, na delegacia, ele [Prevez] não falou nada com coisa nenhuma. E manteve para a gente [defesa] o que tinha dito aos agentes. Hoje, depois de uma conversa de três horas, foi combinado que eu ia propor uma nova data de oitiva porque ele gostaria de ser ouvido novamente pelos investigadores", afirmou o advogado Greg Andrade.
Os defensores não acreditam na tese da polícia de latrocínio. Na última terça (23), o cubano disse à sua defesa que acreditava ter sido drogado ao pedir uma bebida em um restaurante, momentos antes da morte do galerista.
Sikkema foi morto no dia 14 de janeiro com 18 facadas, a maioria no tórax e no rosto. Imagens mostram Prevez entrando na residência do galerista, na zona sul carioca.
Brent Sikkema era coproprietário da galeria Sikkema Jenkins & Co, no Chelsea, dono de uma fortuna, e um dos nomes mais celebrados da cena artística mundial. Ele era marchand do artista Jeffrey Gibson, que representa os Estados Unidos na próxima Bienal de Veneza, em abril.
O galerista também passava por um divórcio, em que tentava reaver a permissão para visitar o filho.
O cubano Alejandro Prevez chegou à Delegacia de Homicídios da Capital após ser preso entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais, na quinta (18). Na ocasião, ele negou ter cometido o assassinato e também disse que não conhecia a vítima.
"Eu não matei o Brent e não conhecia ele. Me culparam, porque não sei o que está acontecendo. Não fiz nada", disse Alejandro ao chegar à delegacia, escoltado por dois policiais. O momento foi registrado em vídeo.
Os investigadores foram informados por testemunhas que Brent Sikkema e Prevez se conheciam. Eles teriam se encontrado, em circunstância ainda não reveladas, em meados de 2023.
A polícia também investiga uma possível ligação entre o suspeito e o ex-companheiro da vítima, já que os dois são cubanos. O que se sabe é que o galerista estava em processo de separação e brigava pela guarda do filho na Justiça.
Para os agentes, não há dúvidas de que o crime foi premeditado. A polícia afirma que o cubano saiu de São Paulo, no dia 13 de janeiro para cometer o crime e retornou ao estado logo depois. Imagens do pedágio da rodovia Presidente Dutra auxiliaram a polícia a chegar ao paradeiro do suspeito.
A gravação mostra o Alejandro Prevez passando pelo pedágio, na altura de Paracambi, às 13h20 de sábado, 13 de janeiro, vindo de São Paulo, com direção ao local do crime. Ele estaciona na rua da vítima às 16h53 do mesmo dia. Às 22h42, o suspeito desce do carro e segue em direção a um restaurante, retornando logo em seguida.
O suspeito sai do carro novamente às 3h42 da madrugada de domingo, ficando, então, dentro do veículo estacionado por cerca de 11 horas até entrar na casa da vítima.
Ainda segundo os investigadores, Prevez teria usado uma chave micha, instrumento capaz de abrir fechaduras, e entra no sobrado onde estava o americano. Após ficar cerca de dez minutos, ele sai da residência, entra no carro, e retorna para São Paulo.
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