SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O saque a uma loja especializada em produtos de segurança na rua Santa Ifigênia, centro de São Paulo, na madrugada de sábado (27) não foi o primeiro ataque a comércios no entorno do fluxo, como é chamada a concentração de usuários de drogas na região da cracolândia.
O prejuízo chega a R$ 300 mil, segundo o comerciante José Paulo Souza, 64, após diversos produtos do Portal das Câmeras serem furtados.
Até o momento itens mais valiosos não foram encontrados pelas forças policiais, exceto rolos de fios. O comércio deve fechar as portas depois da ação dos criminosos. A Secretaria da Segurança Pública declarou que a Polícia Civil investiga o caso.
O ataque do tipo foi o sexto em menos de um ano.
Em novembro passado a vítima foi a comerciante Angela Aparecida Alves de Oliveira, que afirmou ter adoecido com o episódio.
No primeiro dia daquele mês um grupo forçou a porta de entrada da loja de manutenção de telefones e levou 25 celulares de clientes, 1.500 películas, mil capinhas, cabos, carregadores, suporte para carros e fones de ouvido. Também foram levadas uma máquina para retirar tela e outra para medir a capacidade da bateria. O prejuízo foi estimado em R$ 80 mil.
"Não tenho capital de giro. A loja está aberta pois ainda estou respondendo a esses clientes [que exigem a restituição do aparelho]. Tem um fornecedor que está confiando peça fiado, então o técnico está trabalhando e com isso estou pagando. Meus filhos estão pagando o aluguel do apartamento onde eu vivo", disse Angela à época para a Folha de S.Paulo.
No dia 25 de junho, depois de uma operação policial contra os dependentes químicos, um grupo invadiu uma unidade do Extra na avenida Rio Branco, uma das principais via do centro, causando pânico e quem passava a pé ou de carro pelo endereço.
O ataque ocorreu por volta das 23 horas, na sequência da prisão de duas pessoas supostamente envolvidas com o tráfico.
Um outro ataque a comércio aconteceu na manhã de domingo, 23 de junho, na rua dos Andradas. Usuários de drogas arrombaram a porta de um comércio por volta das 7h e levaram tudo que viram pela frente contou o comerciante Marcelo Granja, 49. Ele estimou seu prejuízo em cerca de R$ 100 mil.
Vídeos gravados pelo dono do estabelecimento mostram o momento em que GCMs encontram parte dos eletrônicos roubados dentro de um bueiro e debaixo de cobertores em meio aos dependentes químicos na rua Vitória.
No domingo de Páscoa, em 9 de abril, a vítima da fúria de um grupo da cracolândia foi um restaurante de culinária árabe na avenida Rio Branco.
O comerciante libanês Mahmoud Nazzal contou que a porta de ferro da loja foi quebrada ao meio pelos dependentes químicos, que entraram em bando e roubaram quase todos os eletrodomésticos da cozinha: fritadeira, micro-ondas, estufa, chapa, além de toda comida e bebida que estavam estocados. "Só não levaram a geladeira e o freezer", disse à época. Uma televisão, duas bicicletas de entregadores e um computador também foram roubados.
Nazzal se mudou para o Brasil após insistência dos irmãos que já viviam em São Paulo e administravam o restaurante Rosa Delícias Árabes. "Em menos de 20 minutos, tivemos R$ 22 mil de prejuízo", relatou.
Dois dias antes, na manhã de 7 de abril do ano passado, usuários de drogas invadiram uma farmácia nas proximidades da praça Júlio Prestes, em Campos Elíseos, e furtaram diversos produtos. A diferença das ocorrências é que a ação ocorreu de dia, sendo testemunhada por diversas pessoas que passavam pelo local.
Naquela altura o fluxo estava concentrado nas imediações das ruas dos Gusmões, Vitória e Conselheiro Nébias.
Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana o ataque teria ocorrido durante uma ação de zeladoria urbana e de desobstrução das vias públicas. "Durante a ação, um grupo de pessoas invadiu uma drogaria, saqueando alguns produtos da loja. A GCM imediatamente controlou a situação. Não houve confrontos, feridos ou condução de pessoas ao DP".
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