RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta quinta-feira (22) a transferência de Luis Antonio da Silva Braga, 44, o Zinho, para uma penitenciária federal fora do território fluminense. Ele é apontado como líder da maior milícia do estado.

Zinho está isolado numa ala do presídio de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e a Secretaria Nacional de Políticas Penais ainda vão definir o novo local e a data da transferência.

A decisão da 2ª Vara Criminal da Capital atende pedido da promotora de Justiça Simone Sibilio, que justificou que o miliciano é considerado de alta periculosidade e tem importância no esclarecimento de crimes em diversos processos sigilosos.

"Tudo isso já aponta para o grave e concreto risco que a permanência do referido réu em solo fluminense representa à continuidade das políticas de segurança pública em desenvolvimento no Estado", escreveu a magistrada em sua decisão.

Além de Zinho, o também miliciano apontado como seu cúmplice, Marcelo de Luna Silva, o Boquinha, também irá para um presídio federal. A juíza Simone Sibilio também determinou a inclusão dos réus em regime disciplinar diferenciado.

Procurada, a advogada de Zinho, Leonella Viera não respondeu à reportagem até esta publicação. A defesa de Marcelo Luna da Silva não foi localizada.

Às vésperas do Natal do ano passado, Zinho se entregou à Polícia Federal, na tarde de domingo (24), após negociação entre a sua defesa e os investigadores.

Ele era procurado desde 2018, quando foi denunciado por lavar o dinheiro das extorsões praticadas por milicianos na zona oeste da cidade. Para isso, segundo a Promotoria, utilizava uma empresa de terraplanagem. Na Justiça, contudo, foi absolvido dessa acusação.

O miliciano também era procurado por suspeita de mandar matar o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e ter tentáculos na política e segurança pública.

Uma das investigadas por suspeita de vínculo com quadrilha de Zinho é a deputada estadual Lucinha (PSD-RJ), que ficou afastada da Assembleia Legislativa do Rio de dezembro até a última terça-feira (20).

A parlamentar foi alvo de uma investigação do Ministério Público do Rio e da Polícia Federal que apontavam a participação efetiva dela em favor do grupo criminoso comandado por Zinho. Lucinha nega a participação.

Ao todo, Luis Antonio da Silva Braga tem 12 mandados de prisão pendentes por crimes relacionados à organização, que desde 2010 era liderada por sua família, conhecida como Família Braga. Sua advogada nega as acusações.

De acordo com as investigações, Zinho seria o terceiro líder da família a assumir o cargo de comando da milícia responsável pelos ataques a ônibus e trem na zona oeste carioca em outubro. A quadrilha domina grade parte da região.


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