RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Em três estados brasileiros, menos da metade da população tinha acesso à rede geral de água como principal forma de abastecimento em 2022.
São os casos de Amapá, Rondônia e Pará, todos na região Norte, apontam novos dados do Censo Demográfico divulgados nesta sexta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No Amapá, a rede geral era a principal forma de abastecimento de água para 43,7% dos moradores em domicílios permanentemente ocupados. Trata-se do menor patamar do país em 2022. Em Rondônia, o percentual foi de 45,3% e, no Pará, de 48%.
São Paulo, por outro lado, registrou a maior proporção de moradores com acesso à rede geral como principal forma de abastecimento: 95,6%. Distrito Federal (92,8%) e Paraná (88,7%) apareceram na sequência do ranking das unidades da federação.
Em 2022, a rede geral de distribuição era a principal forma de abastecimento de água para 82,9% dos brasileiros em domicílios permanentemente ocupados, o equivalente a 167,5 milhões de pessoas.
Outros 3,7% também viviam em locais conectados à rede, mas tinham outra forma de abastecimento como a principal. Isso pode indicar alguma precariedade, como a intermitência do serviço, diz o IBGE.
Considerando o recorte das grandes regiões, o Sudeste registrou a maior proporção de moradores com acesso à rede geral como principal forma de abastecimento de água: 91%.
O Sul (86,6%) e o Centro-Oeste (85,4%) vieram depois, todos acima do dado nacional (82,9%). Os menores percentuais, abaixo do resultado brasileiro, foram registrados no Norte (55,7%) e no Nordeste (76,3%).
De acordo com o IBGE, a rede geral era a principal forma de abastecimento de água no Brasil, nas grandes regiões, nos estados e em 5.157 municípios, apesar das diferenças dos percentuais entre as localidades.
Além da rede geral, outras três opções mapeadas pelo Censo são consideradas adequadas para fins de monitoramento do Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico). São os casos de poço profundo ou artesiano, poço raso, freático ou cacimba e fonte, nascente ou mina.
Somando essas três categorias e a rede geral, o abastecimento chegava a 96,9% da população do Brasil em 2022, segundo o IBGE. O instituto, entretanto, diz que as quatro opções expressam "níveis diferentes de qualidade e segurança".
Outra forma investigada pela pesquisa é a do abastecimento por carro-pipa, que era a principal para 1,1% da população brasileira.
Apesar da baixa participação nacional, o atendimento por carro-pipa tem relevância no interior do Nordeste, aponta o IBGE. Segundo o instituto, essa opção predominava em 68 municípios brasileiros, todos no Nordeste.
O abastecimento por água da chuva tem cenário semelhante. Predominava em 21 municípios, todos no Nordeste.
Já o abastecimento por rios é mais comum em localidades da região Norte. Essa forma predominava em 18 municípios brasileiros, 17 deles no Norte.
ÁGUA ENCANADA
Os dados do Censo também apontam que, em 2022, 95,1% da população brasileira vivia em domicílios com canalização interna de água. Ou seja, a água chegava diretamente aos moradores por meio de torneiras, chuveiros e vasos sanitários.
Esse indicador, comparável com o do recenseamento anterior, aumentou em pouco mais de uma década. Era de 89,3% no Censo 2010.
Em 2022, o IBGE também contabilizou 2,5% da população em domicílios com canalização de água apenas até o terreno, sem a estrutura interna, e 2,4% em endereços sem canalização.
Especialmente nesse último caso, a água precisava ser transportada em baldes, galões, veículos ou outros recipientes para uso dos moradores.
Entre a população dos estados, o maior percentual de canalização interna de água foi registrado no Paraná (99,6%) e em São Paulo (99,6%). O menor foi verificado no Acre (80,5%).
Ainda de acordo com o Censo, mais de 70% da população de três municípios vivia em domicílios sem água canalizada. O trio fica na Paraíba: Damião (74,1%), Algodão de Jandaíra (73,5%) e Riacho de Santo Antônio (72,5%).
Na divulgação desta sexta, o IBGE calculou os dados a partir da população em domicílios particulares permanentemente ocupados. Isso exclui, por exemplo, moradores de domicílios coletivos.
Os domicílios particulares permanentemente ocupados abrigavam, em 2022, 99,5% do total de brasileiros ?ou 202,1 milhões do contingente de 203,1 milhões.
Como esse recorte é considerado amplo, o IBGE usa o termo "população" como sinônimo para se referir aos moradores de domicílios particulares permanentes.
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