RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma pastora evangélica morreu após ser baleada na cabeça nesta quinta (22), na Gardênia Azul, zona oeste do Rio de Janeiro. Marta de Jesus Gomes, 44 , foi atingida durante uma troca de tiros entre criminosos rivais, de acordo com a Polícia Militar. A região é disputada por milicianos e traficantes.

Em nota, a PM afirma que a mulher foi socorrida e levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Cidade de Deus, onde morreu. O confronto teria ocorrido na localidade do Marcão, no interior da Gardênia.

Ainda segundo a PM, equipes do Bpchq (Batalhão de Polícia de Choque) passaram a reforçar o policiamento na região.

Segundo relatos nas redes sociais de pessoas próximas à vítima, Marta era uma pastora evangélica conhecida na região e voltava de um supermercado com a filha quando foi baleada.

O corpo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) Afrânio Peixoto, no centro da cidade.

A Polícia Civil afirma que a DHC (Delegacia de Homicídios da Capital) abriu uma investigação sobre o caso. Testemunhas estão sendo ouvidas, e os agentes buscam identificar a origem do disparo que atingiu a vítima.

A filha da pastora usou suas redes sociais para se despedir da mãe. "Por que, mãe, justo agora a senhora me deixou? A gente estava tão feliz. Te amo demais minha guerreira", escreveu. "Sempre me dizia 'filha, seja diferente das outras meninas. Seja o orgulho da mamãe'. Eu vou continuar fazendo isso pela senhora."

Milicianos e traficantes disputam a região desde janeiro de 2023. Em um ano, as mortes na zona oeste tiveram aumento de mais de 100%.

Segundo um relatório do Instituto Fogo Cruzado, a escalada de violência na zona oeste da capital fluminense fez a região registrar 860 tiroteios no ano passado, alta de 53% em comparação com 2022. Com aumento nos confrontos armados, a quantidade de mortos dobrou em relação ao ano anterior, com alta de 104%, chegando a 281 vítimas.

O tráfico retornou à Gardênia Azul após uma disputa interna da milícia na região, em dezembro de 2022.

Traficantes do Complexo da Penha, na zona norte, teriam proposto uma aliança a milicianos dissidentes da região ?em troca de armas e homens para tomarem o local, queriam lucros com máquinas caça-níqueis e venda de drogas. Também ofereciam abrigo em seus territórios, como o Complexo da Penha, uma extensão do Complexo do Alemão, principais bases do Comando Vermelho no estado. Uma nova narcomilícia então teria se expandido na zona oeste, ocasionando as disputas na região.

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Polícia


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