Segunda-feira, 21 de setembro de 2009, atualizada às 19h21

Greve nos Correios atrasa entrega de correspondências e encomendas

Aline Furtado
Repórter

Em função da greve dos funcionários dos Correios, deflagrada na última quarta-feira, dia 16, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Juiz de Fora e região (Sintect/JFA) registrou um atraso de cerca de 30% de carga até a última sexta-feira, dia 18. "Não verificamos casos de não entrega de volumes, mas cartas e encomendas estão seguindo com atraso", afirma o diretor de divulgação e cultura do Sintect/JFA, Gustavo Marques, baseando-se na avaliação dos próprios funcionários. Segundo Marques, uma média de 40% trabalhadores aderiram à greve na cidade e na região.

De acordo com informações da assessoria de comunicação dos Correios de Minas Gerais, foi registrado atraso no envio de 1,6 milhão correspondências e encomendas em todo o Estado nos quatro dias úteis, contados desde o início da paralisação. A média de volume de objetos circulando diariamente em Minas Gerais é de 3,5 milhões. Em todo o Estado, aproximadamente 4,5% dos funcionários estão parados.

As agências dos Correios apresentam funcionamento normal, exceto pela suspensão dos serviços de entrega rápida, como Sedex 10, Sedex Hoje, Sedex Mundi e Disque Coleta. O serviço de Sedex tradicional não foi paralisado, mas, segundo a assessoria, não há garantia do prazo das entregas.

Greve continua

Funcionários dos Correios de Juiz de Fora estiveram reunidos em assembleia na tarde desta segunda-feira, 21 de setembro. No encontro, a categoria confirmou a rejeição da proposta de reajuste apresentada pela empresa.

A categoria exige a incorporação de R$ 300 ao piso de R$ 650 e reajuste salarial de 41%. Defende também o fim da terceirização, a redefinição de critérios do Plano de Participação nos Lucros (PRL) da empresa, a readequação do plano de carreira, o fim do assédio moral, a redução da jornada de trabalho sem que haja perda salarial, a entrega de correspondências no período da manhã, a reintegração dos funcionários demitidos, o auxílio educação e o auxílio creche. A proposta do governo é de reajuste salarial de 9%, além de outros benefícios.

Na última sexta-feira, dia 18, os Correios entraram com um processo de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), alegando que a greve dos funcionários é abusiva. O TST concedeu liminar, marcando audiência. De acordo com decisão do TST, a empresa deve manter 30% dos funcionários em cada uma das unidades da ECT, sob pena de multa diária no valor de R$ 50.000,00. No próximo dia 24, deverá ser realizada uma audiência de conciliação e instrução no TST.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes