Quinta-feira, 18 de maio de 2017, atualizada às 15h33, atualizada às 16h55

Michel Temer diz em pronunciamento que não renuncia

Agência Brasil

O presidente Michel Temer disse hoje (18) que não irá renunciar ao cargo e exigiu uma investigação rápida na denúncia em que é citado, para que seja esclarecida. "Não renunciarei. Repito não renunciarei", afirmou em pronunciamento, no Palácio do Planalto.

“Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos, e exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não pode persistir por muito tempo”, disse Temer, em pronunciamento.

Foi a primeira fala do presidente após divulgação na noite de quarta, 17, da reportagem do jornal O Globo em que é citado.

Inquérito

Nesta quinta, 18, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu abrir inquérito sobre o presidente Michel Temer. A medida foi tomada a pedido da Procuradoria-Geral da República, em um desdobramento dos conteúdos apresentados pelos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlador do frigorífico Friboi, em acordo de delações premiadas, homologadas pelo ministro, por tentativa de obstrução das investigações na Operação Lava Jato.

A previsão é de que o sigilo das delações seja retirado ainda nesta quinta. O conteúdo dos depoimentos envolvendo Temer foi antecipado na quarta, 17, pelo jornal O Globo. Segundo a reportagem, em encontro gravado em áudio pelo empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Cunha está preso em Curitiba.

A Presidência da República divulgou nota na noite de ontem na qual informa que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha", que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato.