Imobiliérias avaliam que cenário atual facilita poder de negociação no mercado

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Imobiliárias avaliam que cenário atual facilita poder de negociação no mercado

Entenda as alterações no financiamento da Caixa, novas taxas, oportunidade de subsídio e várias outras informações para comprar a casa nova

Angeliza Lopes
Repórter
11/07/2015

As alterações para financiamento de imóveis residenciais pela Caixa Econômica Federal e a crise de confiança na economia do país refletem com alterações de comportamento do mercado imobiliário de Juiz de Fora. Mas o desconhecimento destas mudanças e de outras formas de solução também tem resultado em um comportamento inibido dos novos compradores. A última mudança da Caixa, que passou a valer a partir do dia 4 de maio, altera a cota de financiamento de imóveis usados com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) de 80% para 50% nas operações do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

No entanto, conforme informa a assessoria da Caixa, é importante lembrar que taxas de juros e cotas permanecem as mesmas para financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), tanto para imóveis novos quanto para usados, sendo que os novos podem ser financiados até 90% do valor com até 35 anos para pagar. "Neste ano, o foco do banco será o financiamento de imóveis novos, com destaque para a habitação popular, com operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do FGTS. A CAIXA reforça que estas operações de habitação popular não tiveram nenhuma alteração", destaca.

Avaliação do mercado de JF

Os proprietários de imobiliárias em Juiz de Fora entendem que as alterações tenham possibilitado mudanças de comportamento do comprador e dos vendedores, com maior poder de barganha e negociação, mas afirmam que não houve queda nas vendas do consumidor final. Segundo Alan Matheus, proprietário da Clientt Negócios Imobiliários, a atual realidade tem alterado as formas de negociação, ampliando poder de negociação. "As construtoras estão facilitando a compra, com mais parcelas em menor valor, passaram a aceitar mais imóveis de menor valor e carro como forma de quitar parcelas", destaca.

Mas outra situação também observada por Matheus é a redução de investidores nos últimos meses, que são aqueles que compram mais apartamentos para lucrar com as vendas depois que valorizam. O diretor da Imobiliária Souza Gomes, Diogo Souza Gomes, acrescenta ainda que houve uma desaceleração de novas construções na cidade. "Esta situação também abre portas para que o proprietário valorize a locação de imóveis, evidenciando um outro nicho do mercado. Para nós o mercado continua lucrativo, conseguimos bater as metas deste semestre e vamos lançar três novos empreendimentos".

Outros financiamentos

Matheus avalia as alterações de financiamento pela Caixa Econômica como negativas para o mercado, visto que cerca de 80% dos consumidores utilizam deste serviço bancário para comprar imóveis. No entanto, ele observa que a maior parte das pessoas desconhecem as formas de financiamento, pois a maioria utiliza o recurso do FGTS, que não sofreu alteração. Gomes também concorda e acrescenta que muitas pessoas acham que apenas a Caixa faz financiamento de imóveis, sendo que existem outras agências com propostas e taxas competitivas. "As mudanças também vão abrir uma fatia grande para os outros bancos, que antes não enxergavam mercado", destaca o diretor da Souza Gomes.

Taxas alteradas

Além de reduzir a cota para imóveis usados financiados por recursos da poupança, a Caixa também reajustou em 0,3 ponto percentual as taxas de juros para financiamento de imóveis residenciais contratados desta forma, no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As novas condições passaram a valer para financiamentos concedidos a partir de 13 de abril. O ajuste foi realizado por motivo do aumento das taxas básicas de juros.

Subsídios

O comprador também pode avaliar a possibilidade de receber o subsídio, que é um valor concedido pelo governo que será abatido no preço total do imóvel, caso se enquadre nos pré-requisitos da Caixa Econômica. As modalidades de financiamento que utilizam o subsídio fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida, destinadas as famílias com renda mensal até R$ 3.275,00. Famílias com renda até R$1.600,00 enquadram-se na denominada 'faixa 1' do programa. Nessa modalidade, os recursos são subsidiados pela União e os beneficiários são indicados prefeitura ou estado.

As denominadas 'faixas 2 e 3' classificam-se como operações de mercado e são financiadas com recursos do FGTS. São contemplados por essas faixas os financiamentos para aquisições de imóvel novo ou em construção e para compra de terreno e construção. Famílias com renda familiar até R$3.275,00 pertencem à 'faixa 2' e podem receber subsídio da União, além do benefício de redução da taxa de juros, o valor do benefício pode chegar até R$ 25 mil.

Já no caso em que a renda familiar está entre R$3.275,01 e R$5.000,00 'faixa 3', os beneficiados são contemplados com taxas de juros reduzidas, porém não recebem subsídio. Os interessados podem fazer a simulação no site. Em Juiz de Fora, o valor máximo a ser financiado nas modalidades FGTS ou Minha Casa, Minha Vida, na faixa II é de R$ 145.000,00.