SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A reinauguração do Museu do Ipiranga vai acontecer no dia 6 de setembro, um dia antes da data do bicentenário da proclamação da independência do Brasil.

O evento estava previsto para o dia 7, mas o governo estadual decidiu antecipá-lo para evitar que manifestações políticas prejudiquem a reabertura da instituição.

"Estamos tomando todas as precauções para que o Museu do Ipiranga e o bicentenário possam ser celebrados sem nenhum tipo de mácula", diz Sérgio Sá Leitão, secretário estadual da Cultura, à reportagem.

"Temos a preocupação de despolitizar [a reabertura da instituição]. O museu e a Independência são de todos os brasileiros, eles precisam ficar imunes a esse clima de polarização", afirma o secretário.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem convocado manifestações de apoiadores no dia 7 de setembro em todo o país. "Temos algo tão ou mais importante que a nossa vida, que é a nossa liberdade. A grande demonstração disso peço que seja explicitada no próximo dia 7 de setembro", disse Bolsonaro no último dia 6 de agosto em Recife.

No ano passado, o presidente usou o feriado para convocar apoiadores para irem às ruas em atos de raiz golpista.

De acordo com Sá Leitão, serão de 1.500 a 2.000 convidados na reinauguração, com representantes dos governos federal, estadual e municipal, além dos patrocinadores.

Não se sabe ainda, segundo ele, quem será o representante do Executivo federal, se é que o Planalto enviará alguém --Bolsonaro e o atual governador de São Paulo e candidato a um novo mandato, Rodrigo Garcia (PSDB), são adversários políticos.

"Cabe ao governo federal indicar seu ou seus representantes. Não temos ingerência", diz Sá Leitão.

De qualquer modo, nem Bolsonaro nem Garcia poderiam participar do evento. Resolução do TSE proíbe que candidatos compareçam a inauguração de obras públicas nos três meses que antecedem a eleição, sob pena de cassação de registro.

O museu vai abrir para os convidados no dia 6 às 18h30 e, uma hora depois, receberá um concerto da Orquestra da USP. Discursos de autoridades, como a diretora da instituição Rosaria Ono, acontecerão no novo auditório da instituição. Por fim, ocorrerá um coquetel na esplanada, área à frente do museu.

No dia 7, o museu será aberto apenas para trabalhadores da obra, acompanhados de seus familiares, e para estudantes de escolas públicas. A instituição passará a receber o público em geral no dia seguinte, com visitas a serem agendadas em um site que será divulgado no final deste mês ou no começo de setembro.

Dos dias 7 (quarta) a 11 (domingo) de setembro, haverá uma programação cultural no jardim francês e nos arredores.

"Algo mais tranquilo, não eventos de massa. E toda a programação vinculada à temática do bicentenário, valorizando a reabertura do museu. Não quero fazer nada que 'brigue' com o museu, que é o protagonista", segundo Sá Leitão.

Estão previstas apresentações da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), da Orquestra Jazz Sinfônica, da Orquestra Jovem do Estado, da São Paulo Companhia de Dança, da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, entre outras atrações. Os dias e horários serão informados em algumas semanas.

Além disso, do dia 4 (domingo) ao dia 11 (domingo seguinte), haverá um espetáculo de projeções na fachada do museu. A exibição deve começar entre 18h30 e 19h e se estender até as 22h. O público poderá se acomodar no jardim francês para acompanhar as imagens, que terão a Independência e a história do museu como temáticas.


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