SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O jornalista Chico Pinheiro passará a integrar oficialmente a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sua estreia ocorrerá nesta quinta-feira (7) em um comício em Belo Horizonte, na praça da Estação, no período da tarde. Ele fará a apresentação do evento.
"Acho que há momentos na vida do país em que a gente não pode se omitir. Eu deixei o jornalismo diário e coloco o meu conhecimento de comunicação e de jornalismo à serviço da campanha do presidente Lula por entender que é um momento especial na vida do Brasil. É o momento de a civilização vencer a barbárie", afirma Chico à reportagem.
Uma conversa entre o jornalista e o ex-presidente está prevista para ocorrer durante o evento em Belo Horizonte para definir suas próximas participações na campanha.
Embora ainda não saiba quais papeis desempenhará ao longo da corrida eleitoral, Chico Pinheiro se diz agradecido pelo convite e afirma estar à disposição para contribuir como puder. "É um trabalho voluntário", pontua.
Esta será a primeira participação ativa de Chico em uma campanha política de grande porte. Na década de 1980, ele chegou a auxiliar seu pai na disputa pelo cargo de vereador em um pleito da capital mineira. Durante sua graduação na PUC (Pontifícia Universidade Católica) Minas, atuou no diretório acadêmico do curso de jornalismo.
"Será a primeira vez que eu subo em um palanque para unir a minha voz à voz de uma multidão de pessoas conscientes. Seguimos na luta para buscar a vitória dos valores da civilização e da democracia", afirma Chico Pinheiro.
Na semana passada, o jornalista compareceu ao ato na Faculdade de Direito da USP em que foram lidas cartas em defesa da democracia. De lá para cá, disse ver movimentos positivos em prol da manutenção do Estado democrático de Direito no país.
"Junto a isso, [houve] o discurso forte e vigoroso do ministro Alexandre de Moraes tomando posse no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. São indicadores auspícios de que estamos no caminho da consolidação da democracia no pais, contra toda forma de arbítrio autoritário", diz ele.
O jornalista deixou a Globo em abril deste ano, após três décadas na emissora.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo logo após a saída da empresa, ele disse que trabalhar em campanha política não era alternativa em estudo, mas se fosse preciso "lutar com a caneta" pela civilização, contra a barbárie, não descarta envolver-se com alguma bandeira.
"Eu não estou a serviço de candidatos, mas da democracia. Na minha opinião, o golpe está sendo dado, mas não é mais com tanques nas ruas, e sim com a desmoralização das instituições", afirmou.
Antes de o STF anular as decisões do então juiz Sergio Moro (União Brasil) que resultaram na prisão do ex-presidente Lula, Chico já havia registrado em áudio a sua indignação com o episódio que ele próprio tivera de noticiar em um plantão de sábado do Jornal Nacional.
A gravação, feita para um grupo de WhatsApp, vazou, chegou ao conhecimento da imprensa e das redes sociais, e ele foi chamado pela chefia para se explicar, o que o fez sem fugir da responsabilidade sobre o áudio e das argumentações jurídicas que sustentavam sua percepção.
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