BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), receberá o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para uma visita institucional na próxima terça-feira (23). A reunião é vista como um gesto de aproximação do magistrado com o militar em um momento em que as Forças Armadas tensionam a relação com o tribunal.

O encontro será realizado no gabinete de Moraes, às 15h30, e será somente entre o ministro e Nogueira, sem a presença dos técnicos das Forças Armadas. Desde a gestão de Edson Fachin, os militares pedem uma reunião restrita entre seus representantes e servidores do tribunal.

Moraes tomou posse na terça (16) com o desafio de retomar as relações com a caserna, que desandaram durante a presidência de Fachin.

Na semana passada, em um de seus últimos atos à frente da Corte, Fachin retirou da comissão fiscalizadora das Forças Armadas o coronel Ricardo Sant'Anna, que divulgou informações falsas sobre as urnas em redes sociais.

O despacho, inclusive, foi assinado em conjunto com Moraes, que se tornou um consultor de Fachin à frente de medidas duras adotadas pelo tribunal.

A medida desagradou o Exército, que, em nota, disse que desistiria de enviar um substituto e que o coronel havia sido selecionado pela sua "inequívoca capacitação técnico-científica e de seu desempenho profissional".

Apesar disso, Moraes tem mais interlocução com a caserna que seu antecessor, ponto que passou a ser visto como positivo por integrantes da Defesa para uma reaproximação, como mostrou a colunista Carla Araújo, do UOL. O general Paulo Sérgio Nogueira tem um bom trâmite com o ministro desde a época em que estava no comando do Exército.

Embora endosse as críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral, Nogueira tem dito a interlocutores que espera uma melhora do diálogo com o TSE na gestão de Moraes.

Moraes tomou posse com um forte discurso em defesa das urnas e prometeu um combate "implacável" da Corte às fake news contra o sistema eleitoral. Moraes afirmou que a interferência da Justiça sobre as eleições será mínima, mas que ela não permitirá abusos do direito à liberdade de expressão.


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