SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli disse nesta sexta-feira (19) que atentar contra a democracia é crime e que seria "suicídio" empresários defenderem um golpe de Estado no país.
Uma reportagem publicada pelo site Metrópoles nesta semana divulgou mensagens compartilhadas por empresários bolsonaristas em um grupo de WhatsApp defendendo um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito no pleito de outubro.
"Em relação a ação desses empresários, primeiro que atentar contra a democracia é crime no nosso país, assim como é nos Estados Unidos, na Europa. Nos países democráticos atentar contra o Estado democrático de Direito é crime", afirmou o ministro.
As declarações foram dadas por Toffoli durante o evento "O Equilíbrio dos Poderes", em São Paulo, organizado pelo grupo Esfera Brasil, que promove reuniões entre representantes dos setores público e privado.
Além de ameaçar um golpe, nas mensagens, os empresários atacam frequentemente instituições brasileiras como o STF, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e opositores da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os nomes do grupo estão Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da administradora de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii.
Sem provas, os empresários também atacam as urnas e o sistema de votação eletrônico. O presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, também é alvo constante dos ataques no grupo. Bolsonaro classificou a reportagem do Metrópoles como "fake news".
Questionado sobre pedidos para investigar esses empresários no STF, Toffoli disse que ainda não tem conhecimento sobre as ações.
Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas ?parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000? nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE e por estudos independentes.
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