SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O youtuber Wilker Leão, que chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "tchutchuca do centrão", aceitou o convite e decidiu entrar para o MBL (Movimento Brasil Livre). A informação foi revelada pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) e confirmada pela assessoria do grupo à reportage,.

Leão irá fazer o curso para "formação de líderes do MBL", mas somente no ano que vem ?segundo o site oficial, o conteúdo se baseia em "formação teórica e prática em debates, gestão, liderança, marketing, história e filosofia política".

A reportagem também questionou Leão, em mensagem enviada nas redes sociais, sobre o convite do MBL e aguarda retorno.

Na última quinta-feira (18), após fazer provocações contra o presidente, Wilker Leão foi empurrado e caiu no chão ? no vídeo, não é possível identificar quem o agrediu. Irritado, o youtuber então começou a xingar Bolsonaro com o termo "tchutchuca do centrão".

"Quero ver se é corajoso para conversar comigo, tchutchuca do centrão [...] Esse aí está fazendo tudo que o PT faz, senão o PT volta. Seu covarde, safado, vagabundo, estou falando na frente do gado do cercadinho. Cadê o machão?", provocou o cabo da reserva.

O presidente, então, segurou o braço dele e tentou pegar o celular. "Vem cá, vem cá, quero falar contigo", disse enquanto seus seguranças tiravam o youtuber do local.

O termo "tchutchuca" já havia sido utilizado pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR) contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, em abril de 2019. Na ocasião, ele disse que Guedes agia como "tigrão" com os aposentados, agricultores e professores, e "tchutchuca" com "a turma mais privilegiada do país" e os "amigos banqueiros", durante a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara que discutia a reforma da Previdência.

Após o incidente, o jovem quadruplicou o número de seguidores só no Instagram após a veiculação do vídeo. O rapaz passou de cinco mil seguidores para 22,7 mil em apenas quatro horas na plataforma. No YouTube, Wilker tinha 12 mil inscritos em seu canal por volta do meio-dia desta quinta-feira; quatro horas depois eram 20,9 mil. E no TikTok, ele passou dos 120 mil para 128,4 mil seguidores.

Wilker é cabo da reserva do Exército e advogado, segundo seus perfis online. Em abril, ele já havia tido outro atrito com o presidente.

O conteúdo de Wilker, que serviu oito anos ao Exército, se baseia em política, especificamente em gerar debates acalorados com pessoas de grupos diferentes. Vários vídeos possuem títulos como "Questionei bolsonaristas no Alvorada" ou "Questionando o gado", uma forma pejorativa de chamar os eleitores do presidente.

Sem se identificar publicamente com direita, centro ou esquerda, o cabo da reserva diz apenas que é "entusiasta do militarismo" e produz também vídeos intitulados "Questionando petistas em Brasília" e "Questionando esquerdistas".


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