SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ministros de cortes superiores avaliam que o recuo do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos ataques ao Judiciário no 7 de Setembro devem ser atribuídos a um cálculo eleitoral. Nas palavras de um deles, o centrão colocou um "garrote" para evitar que a postura agressiva favorecesse a perda de votos moderados.
Ainda assim, os magistrados não acreditam em armistício e não descartam novos ataques se, refeitas as contas, o presidente voltar a acreditar que a postura beligerante possa render frutos eleitorais.
A presença do empresário Luciano Hang, investigado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, entre as autoridades de destaque na tribuna foi interpretada, inclusive, como uma provocação. Ele permaneceu entre Bolsonaro e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, durante boa parte da cerimônia.
Bolsonaro também não deixou de repetir, como já havia feito em 2021, que traria de volta para "as quatro linhas da Constituição" que porventura estiver fora delas, caso seja reeleito.
Ministros também avaliam que os gestos de Alexandre de Moraes em direção aos militares possa ter ajudado a conter o apoio das Forças Armadas ao chefe do Executivo.
E que a ação por abuso de poder econômico que ele deve responder por ter usado o Bicentenário da Independência como agenda política pode ajudar a frear, ao menos, novos embates. Mesmo que ganhe as eleições, a chapa fica sujeita à cassação caso ele perca a ação.
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