SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O material de divulgação da carreata da qual participou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em Natal (RN) na última quarta-feira (14) fez um trocadilho com o movimento supremacista americano Ku Klux Klan, que prega a inferioridade do povo negro.

Na peça, Bolsonaro aparece ao lado da primeira dama, Michelle Bolsonaro, e do deputado federal General Girão (PL-RN) com a seguinte chamada: "Cuscuz Clan em Natal com Bolsonaro e Michelle Bolsonaro".

O presidente e o parlamentar aparecem na imagem com óculos escuros usados frequentemente em montagem de memes para representar "lacração", ou alguém que fez algo digno de reconhecimento.

A assessoria de Girão, que organizou o evento em Natal, justificou que o trocadilho não passa de uma "brincadeira" com as "besteiras" ditas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Questionada se o tema não era grave demais para uma brincadeira, a assessoria do deputado General Girão respondeu que "o pessoal da criação não viu assim" e que o nordestino é "brincalhão demais". O auxiliar do parlamentar não soube informar, no entanto, se o material foi produzido por sua equipe ou apoiadores.

Lula comparou os atos bolsonaristas de 7 de Setembro a uma reunião da Ku Klux Kan em um comício na semana passada. "O ato do Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan, só faltou o capuz."

Bolsonaro rebateu dizendo que a comparação era, "de longe, a maior e mais covarde ofensa ao povo brasileiro" já vista por ele e seus advogados acionaram o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Lula por propagação de discurso de ódio.


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