SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Candidata a deputada federal por São Paulo, Erika Hilton (PSOL) afirma que, se eleita, a sua presença no Congresso Nacional vai escancarar a porta da democracia. Será a primeira vez que uma travesti ocupará o parlamento e a primeira vez que uma mulher negra vai representar São Paulo.
"Ao trazer estas pautas comigo e com o meu corpo acho que estamos esticando a corda da democracia, e levaremos vozes importantes [para o Congresso]", afirmou a candidata. "Nós, que somos a maior parte da população brasileira, sabemos quais são os desafios que enfrentamos e qual é a missão que o parlamento tem com os nossos direitos."
Erika foi a sétima entrevistada desta terça-feira (20) na série de lives que a Folha de S.Paulo está promovendo com candidatos à Câmara dos Deputados por São Paulo.
Para a candidata, a principal pauta que ela levará ao Congresso, caso eleita, será a do enfrentamento da pobreza e da fome.
"O Brasil tem enfrentado uma série de problemáticas nesse momento, tem sido difícil, inclusive, elencar quais são os principais focos diante de toda devastação que vem ocorrendo, é fome, é desemprego, é meio ambiente, é orçamento secreto."
Erika também defende um conjunto de ações que enfrente a violência política, que não passe somente pela criminalização e penalização dos agressores. É preciso fazer um trabalho educativo e pedagógico, de acordo com a candidata.
Segundo ela, o aumento da presença de mulheres nos espaços políticos, em especial negras, indígenas, transsexuais e travestis, que ainda são minoria nos espaços de poder, faz com que a violência política continua sendo perpetuada.
"Acho que o poder judiciário precisa tomar medidas mais duras com relação a penalização dessas violências, para que se passe uma mensagem aos agressores e sociedade que não será tolerada e permitida nenhum tipo de ataque contra os parlamentares", afirmou.
A candidata ainda afirmou que a sua presença no Congresso também é uma medida de enfrentamento à violência política. "Faz com que as pessoas comecem a nos enxergar, faz com que nossas vozes comecem a ser ouvidas, faz com que nossos corpos comecem a chegar em espaços", concluiu.
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