BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem acompanhado com bons olhos a ascensão de um petista: o candidato ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

Seus conselheiros vislumbram a possibilidade de ter um palanque forte na Bahia, o maior colégio eleitoral do Nordeste, caso Jerônimo consiga empurrar a disputa para o segundo turno.

Isso porque o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) caminhava até recentemente para eleger-se em primeiro turno, evitando comprometer-se com qualquer candidato à Presidência. Em sua propaganda, orgulhava-se de ter trabalhado e trazido benesses a Salvador com quatro presidentes da República.

Bolsonaristas esperam que em um confronto direto com o petista, ACM Neto acabe sendo jogando mais à direita e precise acenar ao presidente. Não passou despercebido no QG da reeleição a declaração do ex-prefeito sobre a polêmica envolvendo a cor da sua pele. "Só políticos de esquerda podem ser pardos?", questionou à colunista do Globo Malu Gaspar.

O ex-ministro João Roma (Republicanos), candidato oficial de Bolsonaro no estado, não decolou. No último Datafolha, marcou 8% das intenções de voto.

Neto enfrenta desgaste na campanha após se autodeclarar pardo em seu registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em entrevista à TV Bahia, afirmou que critérios do IBGE é que estão errados por considerar pardo como negro.

Desde então, a distância entre Neto e Jerônimo caiu de 21 para 17 pontos percentuais, segundo o Datafolha.


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