SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A candidata a deputada federal e ex-promotora Gabriela Manssur (MDB), conhecida por atuar em casos como o do médium João de Deus e do empresário Samuel Klein, afirma que sua conta de e-mail foi invadida e que mensagens com ataques a mulheres, indígenas, negras e transexuais foram disparadas a outras candidatas.

Ela afirma que o caso já foi encaminhado para a Polícia Federal para investigação.

A coluna Painel, da Folha de S.Paulo, obteve acesso a uma das mensagens. Nela, o autor se identifica como Gabriela, diz que é feminista e dispara ofensas.

A mensagem afirma que "travestis que acham que são mulheres", pretas e índias "que não sabem seu lugar na sociedade" roubam vagas de "mulheres brancas e de boas famílias" como Manssur.

"Sou do MDB e eu quero ser a primeira parlamentar a assinar um pedido de impeachment de Lula e Alckmin. Já estou trabalhando nele com outros operadores do direito. E vocês travestis, pretas e índias atrapalham nosso projeto político", diz o texto.

"Chega de macho passando batom na boca e dizendo que é mulher. Chega de pretos e índios querendo ocupar espaços de poder. Lugar de mulher é onde ela quiser, exceto no caso de vocês, seu lugar é bom longe da política", completa, concluindo com "saiam do caminho ou verão do que sou capaz" e o nome da ex-promotora.

Manssur diz que os invasores são os mesmos que têm dirigido ameaças a ela e divulgado seus dados nas redes sociais.

"Eles estão se passando por mim, disparando mensagens com discurso de ódio, racista, machista, discriminatório com ameaças graves, como se eu fosse uma criminosa. E pior, contra mulheres pretas, trans e indígenas, que fazem parte dos grupos que me apoiam e que luto pelos seus direitos", afirma a ex-promotora.

"Repudio discursos de ódio e de qualquer forma de discriminação, preconceito e violência. É mais uma violência política contra as mulheres, principalmente contra uma mulher que, pelas pesquisas, está entre os nomes com grandes chances de ocupar uma vaga no Congresso e ser a voz de todas as mulheres brasileiras", acrescenta.


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